Abriu nos Anjos, em Lisboa, um café vegan, de café de especialidade e que todos os dias luta contra o desperdício alimentar. Bem-vindos ao Gal.
A equipa da Too Good to Go — aplicação que ajuda no aproveitamento das obras dos estabelecimentos — já bateu várias vezes à porta do Gal para ver se era desta que fazem uma parceria. Mas talvez essa parceria nunca venha acontecer, até porque aqui não há sobras. “Trabalhamos todos os dias para que não haja desperdício”, explica Vivian, uma das metades deste projeto, que criou com o marido, Molina, um café que é casa.
Ela jornalista, ele formado em Comércio Exterior, nada fazia prever um final feliz num restaurante. Mas aconteceu. “Estávamos sempre a dizer ‘ai no dia em que tivermos o nosso espaço’, mesmo quando isso era apenas uma ideia longínqua”, conta Vivian.
Quando se mudaram para Portugal, Molina deu um passo em frente nesse desejo, deixando a área de formação para começar a trabalhar em cozinha. Mas, enquanto vegan, tinha já muita dificuldade em trabalhar com produtos de origem animal e, apesar de cozinhar com mestria, deixava as provas do que preparavapara o resto da equipa. “Sabíamos, por isso, que no dia que abríssemos o nosso espaço, seria vegan”, refere Vivian.
O menu já estava a ser pensado na cozinha de casa e há realmente muita coisa que faz parte das refeições dos dois há muito tempo, como é o caso da granola e dos bolos caseiros, e também a pasta de alcachofra que vem barrada nos bagels.
O Gal instalou-se onde em tempos estava o Moko, um café também vegan e que lhes deu prioridade na concessão exatamente por partilharem os mesmos valores. E, para os fãs do Moko, fica o aviso: os croissants são os mesmos. “São um sucesso”, garante Vivian, a par das panquecas — altas, fofas e com recheios bem gulosos.
Do menu fazem ainda parte tostas, húmus, ciabattas, e pastelaria que vai variando, mas de onde faz sempre parte o já famoso pastel de nata.
Para acompanhar, vinhos naturais, cerveja artesanal e café de especialidade, até porque Vivian tirou um curso de barista depois de se apaixonar pelo mundo do café e perceber as suas potencialidades.
O Gal é um ponto de encontro
Apesar de ser assumidamente vegan, é um espaço para todos. “Pensamos no Gal como um ponto de encontro”, explica Vivian. E, por isso, por lá já se fizeram aulas de ioga, workshops, e o espaço conta com uma estante dedicada à arte dos outros, com peças de cerâmica, fotografia ou pintura.
Agora só falta explicar o nome, o que, olhando em volta, não é difícil de imaginar. “É uma homenagem à Gal Costa, até porque queríamos que as pessoas sentissem o tropicalismo ao entrar aqui.” E sentimos mesmo. Plantas nas mesas, nas estantes e no teto. Discos de Caetano Veloso, Maria Bethânia e João Gilberto a decorar a sala e a dar música a um brunch que se prolonga na hospitalidade de quem nos recebe em casa.
Morada: Rua Forno do Tijolo 54A, Lisbon,
Horário: 9h – 17h. Domingo 9h – 15h
Marta Cerqueira é minhota e vegetariana. A sorte é que vive em Lisboa, onde há mais tofu do que sarrabulho. É jornalista há mais de 15 anos, os últimos dos quais a escrever sobre comida e sustentabilidade. Agora, já fora das redações, continua a escrever sempre que pode, seja em revistas, diários, post its, ou na sua página de Instagram, que usa para partilhar uma vida que se divide entre ser mãe-pessoa-foodie-viajante. Ainda assim, criou a Peggada para poder escrever sobre o que não cabe numa revista, num diário, num post it ou no Instagram: um mundo melhor.
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