5 espaços sustentáveis para conhecer em Ponte de Lima
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O Villa d’Aurora abriu em Ponte de Lima para receber quem se quer sentir em casa. A Peggada foi até lá confirmar que, além de um sítio para dormir, este alojamento tem na sua génese a preocupação com o planeta.
“Querem um chá?”, pergunta João Gama, a oferecer-nos uma companhia à conversa. Não dizemos que não, até porque sabemos que aquele bule virá cheio do que foi acabado de apanhar ali mesmo ao lado.
Calha-nos lúcia-lima, mas podia ser hortelã ou até mesmo sumo de fruta acabada de tirar da árvore. No Villa d’Aurora sentimo-nos sempre os netos de quem cresceu numa casa de campo.
João teve essa sorte. Nasceu em Ponte de Lima e teve uma avó Aurora que lhe mereceu a homenagem no nome do espaço que já foi de família para agora se abrir a quem quiser fazer parte dela.
O Villa d’Aurora abriu em 2021, depois de dois anos de remodelação. A estrutra é a mesma do ano de construção — 1937 —, mas as obras trouxeram modernidade.
Os quatro quartos da casa estão agora preparados para receber hóspedes que, durante o tempo que ali ficam, são tratados como se de lá fizessem parte.
Ângelo Sena, a outra metade da Villa d’Aurora, trabalhou 15 anos em hotelaria e foi bebendo dali a inspiração para um projeto agora seu. “Tudo o que aqui fazemos aos outros, é o que faríamos para nós”, explica Ângelo à Peggada, entre mais uma chávena de infusão de lúcia-lima.
A casa esteve abandonada durante dez anos. Mas pouco antes de João decidir fazer dela um espaço para receber os outros, o seu pai começou a tratar do pomar e de pequenos arranjos. Ângelo trouxe o know how de quem trabalhou no marketing e comunicação de diferentes tipos de hotéis, para fazerem dali o espaço onde também eles gostariam de ser recebidos.
“Quisemos trazer o melhor do que já vivemos para aqui”, continua Ângelo. A comida, por exemplo, é com base nos pratos que preparavam para os amigos e dos quais tinham sempre bom feedback. “E as pessoas sentem-se como esses nossos amigos. A relação é tão próxima que já temos convites para visitar pessoas em todo o lado”, conta.
João e Ângelo tratam de toda a logística e movimentam-se na casa como qualquer hóspede. Se vamos à cozinha vemos João a fazer o bolo de figos para o lanche, se vamos à horta vemos Ângelo a apanhar as amoras que vão servir para a compota do pequeno-almoço.
A casa tem quatro quartos todos com os nomes das mulheres da família do João. Cada um deles tem espaço para duas pessoas e essa é uma das razões para que o espaço não permita crianças. Isso e o facto de ser uma casa antiga e, por isso, com muitas escadas. “Além disso, queremos ser um refúgio de slow living e a verdade é que recebemos alguns casais já com filhos que vêm cá exatamente para aproveitar uma noite a dois”, conta Ângelo.
No exterior há uma piscina de água salgada, uma horta, uma vinha e muito espaço verde. Existem bicicletas para um passeio nas redondezas e ainda bem. É que a Villa d’Aurora fica bem perto da ecovia que percorre o Rio Lima e por onde pode ir até Ponte de Lima (a 6km) ou, se estiveres disposto a uma aventura maior, até Ponte da Barca (10km).
Na estadia está incluído o pequeno-almoço, servido no exterior sempre que possível, e sem qualquer tipo de pressa. A mesa vai-se enchendo de pão fresco e a tão característica broa de milho minhota, compotas e bolos caseiros, queijos, café e fruta da época, muita dela do pomar ali ao lado.
Apesar de não ser um restaurante, ao almoço e jantar é possível pedir alguns pratos simples, muitos deles de partilha. Há tábuas de queijos, tostas e saladas. A salada Aurora, por exemplo, não tem descrição na ementa. “É feita com o que há na horta. Agora, por exemplo, terá certamente figos e tomate”, conta João.
O vinho é da região, ainda que tenham alargado a oferta também para vinhos biológicos. Há também cerveja artesanal local e gin.
O impacto no ambiente foi tido em conta na hora da remodelação do espaço.
A casa tem painéis solares para o aquecimento da água dos banhos e a água de nascente é utilizada para a rega e a piscina. Além disso, os amenities são de marca portuguesa e estão disponíveis em dispensadores.
As televisões têm temporizador para que não fiquem ligadas por lapso e existe uma biblioteca onde os hóspedes podem levar e deixar livros.
Há uma relação próxima com a vizinhança e em troca de pão para os animais, a vizinha dá ovos caseiros. Ah, e por cada 100 clientes, João e Ângelo plantam uma árvore.
E como a sustentabilidade não é só ambiental, Ângelo lembra que a Villa d’Aurora é lugar seguro para todos, independentemente das escolhas sexuais, religiosas ou políticas. “Queremos que todos se sintam bem e para isso que trabalhamos todos os dias”.
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