Chefs on Fire. Neste festival, os restos de comida transformam-se em energia
Vem aí mais uma edição do Chefs on Fire, um dos mais importantes festivais gastronómicos do país. Às ações de sustentabilidade que já tinham começado
Podia ser só mais um festival de música, mas não é. No Festival MED há música? Claro. Cinema, artistas de rua, showcooking, atividades para os mais pequenos e artesanato? Também. No entanto, foram as medidas ambientais tidas em conta na montagem do festival que nos fizeram rumar a sul.
A 19ª edição do Festival MED decorreu de 29 de Junho a 2 de Julho de 2023 e, este ano, do Mediterrâneo partiu-se para uma escala global, alargando-se o conceito à música e culturas do mundo.
Desde 2014 que é os copos do festival são reutilizáveis e a organização estima que essa iniciativa resulte numa impressionante redução de quase 1 tonelada de produção de plástico por noite. Essa abordagem sustentável não só gera impactos positivos no meio ambiente, como também contribui para a diminuição dos custos com a recolha de resíduos. O ponto diferencial aqui é que o copo é oferecido à entrada do festival.
Além disso, exitem bebedouros espalhados pelo recinto para, uma vez mais, evitar mais plástico no recinto, e ainda ajudar os visitantes a poupar algum dinheiro em bebidas.
Para além dos vários ecopontos fixos com mensagens focadas na educação ambiental, e papeleiras compactadoras inteligentes, era possível ver ecopontos móveis da Novo Verde pelo festival para facilitar a reciclagem. Com a presença de Papa-Chicletes e Eco Pontas, o festival procura reduzir o descarte incorreto de pastilhas elásticas e pontas de cigarro, promovendo um ambiente mais limpo e sustentável.
Em vários palcos do festival estavam expostas peças do projeto In-Finity do Loulé Design Lab e Loulé Criativo dedicado à economia circular. Estas peças são criadas e produzidas com materiais reutilizados e assentam na recuperação de diversos tipos de materiais como lonas publicitárias antigas, embalagens, madeiras e têxtil. Estes resíduos são revalorizados de diversas formas, utilizando também resíduos naturais provenientes de podas em áreas verdes de Vilamoura e Vila Sol.
A missão principal é reintroduzir estes objetos, que supostamente estariam no fim de vida, de volta ao serviço das pessoas, da economia e, sobretudo, das instituições de solidariedade social.
Vimos pufes feitos de antigas lonas publicitárias do MED com enchimento de lã de ovelha churra algarvia, candeeiros e bancos feitos de embalagem de cartão, mesinhas de apoio feitas com garrafas de vidro provenientes de restaurantes locais e até pneus de fórmula 1 que viraram uma mesa com uma instalação de suculentas. Outra iniciativa era um jardim vertical que para além de promover a economia circular, dava educação sobre espécies autóctones da região através da utilização de QR Code.
Para além do que é vísivel e está ao alcance dos participantes, existe também um trabalho feito pela autarquia para que cada ano que passa este festival seja ainda mais verde. Dizemos ainda mais porque o caminho neste sentido não é recente. Em 2018, o Festival MED recebeu o Prémio “Sê-lo Verde” devido ao seu bom exemplo de utilização de energias renováveis com a implementação de painéis fotovoltaicos na zona da restauração. Este prémio é uma iniciativa do Ministério do Ambiente e Fundo Ambiental.
Segundo o responsável de um estudo realizado pela APORFEST em 2016, “quando a demonstração da sustentabilidade está assente apenas em comunicação, facilmente o consumidor perceciona que os compromissos são afinal ocos”. Daí a importância deste programa que visa incentivar a adoção de boas-práticas a nível ambiental, social e económico nos eventos.
Falámos com o vereador Carlos Carmo, responsável pelo Festival MED e área do ambiente, que nos indicou que neste momento o festival enfrenta o desafio de obter a certificação de evento “Neutro em Carbono”. Para tal, estão a ser calculadas e estimadas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) resultantes do evento, de forma a identificar as suas fontes e adotar medidas mitigadoras apropriadas. Uma das ações realizadas este ano foi a de garantir que, sempre que possível, o transporte dos artistas ao aeroporto fosse feita com veículos elétricos.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável não foram esquecidos e havia até um stand dedicado ao tema, com informação e jogos educativos. A ideia subjacente seria motivar os participantes do Festival MED a implementar mudanças no seu quotidiano mais alinhadas com a Agenda 2030 e um futuro estruturado em tornos dos 5 princípios: Planeta, Pessoas, prosperidade, paz e Parcerias.
A edição de 2023 identificou ações alinhadas com objetivos para o desenvolvimento sustentável que vão desde a promoção da igualdade de género (ODS 5), o trabalho digno e crescimento económico (ODS 8), a redução das desigualdades (ODS 10), a promoção de cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11), a produção e consumo sustentáveis (ODS 12), o combate às alterações climáticas (ODS 13) e a promoção de parcerias para a implementação dos objetivos (ODS 17).
Para o ano, o Festival MED celebra 20 anos e a expetativa é de que mais iniciativas que promovam boas práticas ambientais, a economia circular e a sustentabilidade social tenham lugar.
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Este artigo promove uma ação que incentiva à diminuição de geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização.
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