Zurique é o “melhor” exemplo de cidade de 15 minutos
Um estudo recente avaliou cerca de 10 mil cidades em todo o mundo tendo em conta a sua acessibilidade a serviços essenciais. A Europa destaca-se
Na Cova da Moura ou na Tanzânia, as viagens são sempre feitas com o intuito de deixar por lá um bocadinho de cada um. A agência de viagens Whoa permite fazer voluntariado de forma segura e com verdadeiro impacto na comunidade.
Há música a sair de uma coluna, crianças a brincar, e conversas que se cruzam das bocas de quem está sentado à soleira da porta. “Temos vida cá dentro”, garante Vanda, que veio de Angola há mais de 50 anos para viver num bairro que na altura ainda não existia, mas que hoje todos conhecemos por Cova da Moura.
Foi ali que os que vinham das colónias ganharam um espaço seu. “Os nossos pais precisavam de espaço para construir e foram ocupando os terrenos”, lembra. Hoje, Vanda trabalha num centro de apoio à comunidade, que nasceu como ponto de encontro dessa geração. “Era um clube de malha, de tiro ao alvo, de comes e bebes e de bailes ao fim de semana”, lembra.
Com Helena, que vive no bairro há 43 anos, recordam os primeiros tempos de Cova da Moura, e tantos outros que se seguiram e que tornaram aquele bairro conhecido de todos, quase nunca pelas melhores razões. “Mas morar aqui não nos define”, garante Vanda, “o que acontece aqui acontece noutros lados”.
O orgulho desta dupla nota-se na forma como apresentam o bairro a quem está de visita. Visita essa feita em parceria com a Whoa!, uma nova agência de viagens, cujo foco é o impacto na comunidade. “Nem precisamos de sair daqui, já viram? Temos cabeleireiro, costureira, mercearias, lojas de roupa, talho, bares. Temos tudo”, explica Vanda. Ainda assim, sabe da importância que tem o abrir horizontes e é por isso que o jardim de infância deixou de ter continuidade, para que as crianças do bairro possam conhecer uma realidade fora do bairro. Mas mal a campainha toca, e enquanto os pais trabalham, é na Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura que procuram refúgio.
E é essa a associação que serve de ponte entre o bairro e a nova agência de viagens Whoa!, que procura dar às pessoas a oportunidade de conhecer a comunidade, mas dar um pouco de si nesse visita.
Quando casou, em 2018, Natália Castanheira e o marido, Afonso, não quiseram uma lua de mel feita de praia e hotéis. “Decidimos fazer um gap year e viajar um ano por África e Ásia, com o intuito de fazer voluntariado durante o tempo que lá estivéssemos”, conta à Peggada.
Apesar de nunca se ter especializado profissionalmente na área, a vontade de viajar e imergir noutras culturas sempre a acompanhou. “A minha família conta que eu, em pequena, dizia que ia correr o mundo”.
Viajou muito, e nos últimos tempos, acredita que também pelo impacto da maternidade, decidiu acrescentar às suas viagens esta vertente de impacto. “Fazer voluntariado enquanto viajo mudou a minha vida”, garante, “muda a percepção de tempo, de noção de privilégio, de valorização do que temos”.
Está, no entanto, consciente que o seu espírito de aventura não é comum a todos. E mesmo quem tem vontade de fazer voluntariado, não tem como garantir a legalidade e veracidade das associações que trabalham na área. Até porque, também Natália já foi vítima desse engano. “Fomos para o Quénia com a intenção de ficar várias semanas a fazer voluntariado e, depois de dois dias, descobrimos que a associação que nos recebeu fazia desvio de dinheiro. Ficamos sem reação e acabamos por desistir e mudar o rumo da viagem”, conta.
A vontade de ajudar quem, como ela, já não se vê a viajar apenas com foco no turismo, criou a Whoa!, uma agência de viagens de voluntariado. “Acredito que a parte turística é importante, mas a imersão cultural é muito mais”, explica Natália que, com a Whoa, quer ajudar a ultrapassar a barreira do medo de quem ainda não sabe como começar uma aventura destas e, ao mesmo tempo, garantir que tudo é feito dentro dos parâmetros legais.
Há duas formas de viajar com a Whoa, quando falamos de destinos no estrangeiro (atualmente Tanzânia, em breve também Costa Rica):
. A solo, e aí é a pessoa que escolhe a data e a equipa internacional da Whoa recebe-a na comunidade.
. Em grupo, numa das duas viagens que organizam por ano e que junta entre 5 a 10 pessoas. Nesse caso, o itinerário é mais específico e o trabalho voluntário é feito em escolas, na forma de apoio dado aos professores ou, se tiver essa capacidade, dar uma aula a solo.
“Muita gente pergunta o porquê de o voluntariado ser pago, mas é preciso garantir os alojamentos, as refeições e os transfer, por exemplo, além de uma doação à comunidade, que para mim é fundamental”, refere.
Apesar de haver muito para fazer lá fora, Natália sabia que não é preciso ir muito longe para encontrar quem precise de apoio. É por isso que, além destas experiências internacionais, a Whoa tem também disponível a opção de um dia passado na Cova da Moura, que inclui a visita guiada ao bairro, na qual a Peggada participou, um almoço e uma tarde na qual o participante dá o seu tempo e o seu talento às crianças da comunidade.
“As atividades podem partir da vontade de cada um, como também podem seguir uma das que já temos preparadas, sempre focadas nas vertentes corpo, mente e alma, ou seja, uma parte mais criativa, uma pensada para mexer o corpo e a parte mais mental, como jogos de memória ou jogos de palavras”, explica.
Aos 35 anos, Natália encontrou na Whoa o seu equilíbrio. Há quase uma Natália antes e depois de ser mãe e, com este projeto, pude unir as duas”.
Espera em breve acrescentar mais destinos e experiências às à Whoa!. Para já, há a possibilidade de ir à Tanzânia de 6 a 15 de fevereiro, e as idas à Cova da Moura acontecem uma vez por mês.
Acompanha o trabalho na Whoa! nas redes sociais e no site para ficares a par de todas as novidades.
Um estudo recente avaliou cerca de 10 mil cidades em todo o mundo tendo em conta a sua acessibilidade a serviços essenciais. A Europa destaca-se
Ambientalistas, activistas, jornalistas, cientistas, legisladores, empreendedores e investidores. A ideia é juntar todos os que estejam interessados em criar um mundo melhor. O Ethical Assembly
Os investigadores da Universidade de Tecnologia de Chalmers criaram uma bateria estrutural leve que pode ser a resposta para eletrificar as viagens aéreas e tornar
Este artigo aborda uma ação que promove a aprendizagem ao longo da vida e contribui para a educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis.
Para estar a par de tudo o que acontece na área da sustentabilidade, consumo responsável e impacto social.