Chefs on Fire. Neste festival, os restos de comida transformam-se em energia
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O Ponto d’Orvalho é um festival transdisciplinar aberto à discussão e à ação ambiental através de intervenções artísticas, sociais e ecológicas, e onde a gastronomia tem lugar de destaque. Nos dias 13, 14 e 15 de setembro o encontro acontece na Herdade do Freixo do Meio.
Joana Krämer Horta sempre trabalhou na área da organização de eventos. No entanto, durante a pandemia, todos esses eventos ficaram em pausa, e Joana também.
Saiu de Lisboa rumo a Montemor-o-Novo, cidade com quem tem uma relação especial, uma vez que viveu lá parte da infância e juventude. “Quando lá cheguei, fui à Herdade do Freixo do Meio se podia trabalhar lá e eles disseram que sim”, conta à Peggada. O tempo estendeu-se a vários meses e, durante esse tempo, fez de tudo, desde trabalhar na horta até à comunicação do espaço. “Aprendi muito sobre agrofloresta e sobre agricultura regenerativa”, garante. Agora, chama pessoas à Herdade, num evento especial, para que mais pessoas sintam a terra e todo o seu potencial.
Chama-se Ponto d’Orvalho e acontece de 13 a 15 de setembro na Herdade do Freixo do Meio.
A Herdade do Freixo do Meio, local escolhido para a realização do evento, é pioneira e exemplar no que toca ao respeito dos ciclos naturais da natureza, que promove a biodiversidade e a regeneração florestal. É, por isso, o cenário ideal para três dias de um festival que pretende não só sensibilizar para as questões ecológicas, mas também inspirar novas práticas e modos de coexistência. “As atividades que propomos e os convidados que teremos vão ajudar a refletir sobre como podemos regenerar e revitalizar os nossos ecossistemas através da alimentação e do respeito e o contacto próximo com a natureza”, refere.
Em 2024, o Ponto d’Orvalho mantém o compromisso de criar um programação híbrido e descentralizad0, apresentando propostas artísticas locais, nacionais e internacionais que sensibilizem para as questões ambientais e que despertem uma maior consciência ecológica.
Num laboratório de três dias de concertos, refeições partilhadas, instalações, performances, dj sets, experiências culinárias, caminhadas, workshops e conversas, abordarão aspetos fundamentais da relação com a natureza, a arte e a ecologia.
A uma das ramificações da temática deram o nome de Escutar a Paisagem — Ecologias do Som, porque propõe a escuta como um meio essencial para aceder a novas formas de habitar o território. Esta abordagem enfrenta a atual crise ecológica, destacando a importância de desenvolver uma sensibilidade auditiva para as paisagens que nos rodeiam, reconhecendo o som como parte integrante da nossa interação com o meio ambiente. Destacam-se as performances áudio-sensoriais e instalações sonoras de Antonina Nowacka, Rafael Toral, Francesca Heart e Violeta Azevedo, bem como o workshop de escuta coletiva de Yuri Tuma do Institute for Post Natural Studies, entre outras propostas.
Uma outra ramificação chama-se Comer a Paisagem — Ecologias do Solo e coloca a alimentação e os alimentos no centro da discussão. A discussão abordará estratégias de regeneração dos sistemas alimentares, sublinhando a força vital da natureza e a importância de criar sinergias entre todos os organismos vivos, incluindo os humanos. Nesta vertente, destacam-se os trabalhos e propostas comestíveis dos coletivos Pousio, Futuro do Passado de Alice Artur, Francisca Paiva e Joana Trindade Bento, The Gramounce, Francesco Ogliari do Tua Madre e a dupla do restaurante SEM.
É também por isso que as refeições do Ponto d’Orvalho são parte integrante da experiência do festival, este ano com menus pensados pelo chef Francesco Ogliari, do restaurante Tua Madre, em Évora, e por artistas e coletivos do programa.
Em colaboração com a Cooperativa Integral Minga e o Freixo do Meio, a equipa trabalha com produtores locais da região para preparar os menus de forma regenerativa e consciente. Esta é também a única opção alimentar do festival, não sendo possível confeccionar refeições no local.
O bilhete único custa 90€ e dá acesso a todas as atividades do programa durante os três dias do festival, incluindo concertos, performances, instalações, caminhadas, workshops e conversas (45€ para residentes de Montemor-o-Novo).
As refeições do festival têm um custo de 70€.
É possível acampar gratuitamente no local, e existem parcerias e descontos em alojamentos nas proximidades.
Os bilhetes estão à venda no site do festival.
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