Pikikos. Este café-loja-cabeleireiro é um oásis de sustentabilidade

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Pikikos. Este café-loja-cabeleireiro é um oásis de sustentabilidade

Não é só um cabeleireiro, não é só um café, nem é só uma loja. É isso tudo, mas é muito mais. Fomos conhecer o Pikikos e contamos-te tudo sobre este espaço especial de Lisboa.

Pode não ser a junção mais provável de todas, mas resulta. O Pikikos fica em Campo de Ourque e é um 3 em 1, juntando nos mesmos metros quadrados um cabeleireiro, um café e uma loja. Em comum, um tema: a sustentabilidade.

Natasha Cálem cansou-se de trabalhar em grandes empresas e decidiu trazer para um negócio próprio todas as pequenas coisas que lhe dão prazer na vida. “Trabalhei muitos anos em responsabilidade social, empresarial e sustentabilidade. Tinha grande clientes, mas quis fazer uma coisa mais ligada ao consumidor. A minha primeira ideia era um cabeleireiro para crianças, mas isso não me chegava. Queria fazer mais para contribuir para um mundo melhor”, conta à Peggada. E fez mesmo.

Natasha abriu o tal cabeleireiro, mas decidiu que não seria só para crianças, nem tampouco seria apenas um cabeleireiro. E tudo começou com a construção. O teto e o chão manteve-se e toda a mobília é em segunda mão, o que foi um desafio. “Tive que esperar algum tempo até encontrar, por exemplo, três mesas e cadeiras iguais para montar a esplanada.”

As prateleiras eram antigos andaimes, o bar é de madeira reciclada e uma parte de chão que tiveram que acrescentar é feito de uma mistura de restos alcatifas e de redes de pesca.

No cabeleireiro, Natasha conta com mãos especializadas como a de Carla Quaresma que, admite, já cortou o cabelo a miúdos em todas as esquinas do Pikikos. Mesmo havendo lá uma cadeira incrível em forma de elefante. “É preciso gostar de crianças e compreende-las”, conta-nos.

E apesar de não ser apenas um cabeleireiro para crianças, são clientes muito especiais aqui, até porque há poucos espaços com essa finalidade em Lisboa. “E os que existem, parecem uma Disneyland, cheia de brinquedos de plástico”, comenta Natasha. E plástico, é coisa que por cá é escasso.

Para tratar os cabelos, trabalham apenas com a marcar eco-friendly Davines, as toalhas são de algodão orgânico, reaproveitam a água de lavar cabelos para o autoclismo, reutilizam as luvas e todos os produtos de limpeza do espaço são ecológicos. Ah, e oferecem um café a quem não se importar de lavar o cabelo com água fria. E não é um café qualquer. Natasha optou por ter café de especialidade, acompanhado por doces caseiros e vegan.

Mas há mais. Quem entra no Pikikos para ir diretamente ao café ou ao cabeleireiro, não o faz sem antes passar nas prateleiras cheias de produtos que apelam ao que de mais sustentável há em nós. Há garrafas reutilizáveis, jogos tradicionais, sabonetes feitos por refugiados sírios, gabardines feitas de garrafas de plástico e livros didáticos.

Este, que já é um espaço múltiplo, quer somar ainda mais pessoas e projetos. Natasha quer voltar a dinamizar workshops e ser montra de pequenas marcas. E aos sábados, a partir de dia 23 de abril, o dia é de brunch vegan.