Um mês sem ir a grandes supermercados. Aceitas o desafio?

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Um mês sem ir a grandes supermercados. Aceitas o desafio?

A ideia surgiu na cooperativa Rizoma, mas o desafio pode ser para qualquer um que queira fazer compras mais conscientes e mudar hábitos a longo prazo.

É conveniente, é prático e, por vezes, até mais barato. Mas e se, por um mês, experimentássemos deixar de lado as grandes superfícies, para fazer compras em mercearias, mercados e feiras?

É este o desafio que a Rizoma, cooperativa em Lisboa, lança não só aos seus membros, mas também a toda a comunidade. “O facto de ainda termos muitos cooperantes que não usam a Rizoma como principal escolha fez-nos questionar sobre os nossos hábitos e sobre como podemos tentar mudar um pouco o sistema. Em paralelo, começaram a surgir cada vez mais notícias na imprensa sobre as práticas injustas dos supermercados: lucros extraordinários e margens altas em tempos de crise, disparidade salarial, relações de poder com produtores, etc”, explica à Peggada Claraluz, membro da Rizoma, onde cada produto traz a informação transparente sobre a origem e as margens de preço.

Claraluz já vive sem entrar numa grande superfície desde novembro e pensou que lançar um desafio podia ser um bom incentivo à mudança de hábitos de consumo da comunidade. Percebeu depois que esta campanha existe já nem França, Bélgica e Suíça durante o mês de fevereiro. Mas não é pelo mês já ter passado que queriam deixar passar a oportunidade.

A Rizoma assumiu maio como o mês para apoiar o comércio local, porque ainda que acredite que “a responsabilidade de mudar o sistema alimentar e económico é do estado”, Claraluz acredita que parte dos consumidores a vontade de querer fazer diferente.

Como é viver sem supermercados?

Os horários são alargados, estão em todos os bairros e aliciam-nos com promoções. É difícil de resistir às grandes superfícies, mas Claraluz, que apenas faz compras na Rizoma e em mercearias, diz ser possível.

“Tive que repensar algumas receitas e hábitos, seja por não encontrar os produtos tão facilmente, como o queijo feta, por exemplo, ou por respeitar muito mais a sazonalidade dos produtos frescos”. Mas também fez ajustes por razões económicas, refere, “Por exemplo, como a banana da madeira é muito mais cara, reduzi o consumo para privilegiar mais o de fruta sazonal, como as maçãs ou as peras.”

Todas as mudanças trazem dificuldades e esta não é exceção. No entanto, Claraluz propõe que não se pense tanto no que se perde por não ir a um supermercado e mais no que se ganha por preferir uma mercearia local. “É um pouco como quando se viaja para um novo país e tens de descobrir onde se compra e o que é que se come. Além de que comprar em mercearias locais é também criar uma outra relação com o ato de comprar, porque há uma relação pessoal com quem vende. Vira uma experiência“.

Esta também será, salienta, o momento para revisitar alguns preconceitos, como o ser mais caro comprar nas mercearias locais (os frescos são mais baratos do que num supermercado) e conceitos como o estarmos acostumados a comer tomates o ano inteiro a 1euro/kg.

Para te ajudar neste desafio, deixamos-te aqui a lista de mercearias a granel atualizada, o link para que possas inscrever-te como membro da Rizoma e a curiosidade de saíres à rua e explorares o teu bairro em busca de alternativas às compras convencionais. Sempre que o fizeres, usa a hashtag #viversemsupermercados para juntar esta comunidade quer quer um maio diferente.