Abriu de mansinho e sem grande alarido no verão passado. Mas já não faz sentido manter este restaurante em segredo. Vamos todos conhecer melhor o Loop.
A ideia é tomar o pequeno-almoço? Conta com pão de fermentação natural, compotas caseiras feitas com fruta da época e café de especialidade. Afinal o que procuras já é mais um almoço? Não há crise. Aqui tens opções com carne, peixe ou vegetariano, com pratos feitos com produtos da época e respeito pela natureza e os animais. Mas espera, queres ir mais tarde? Tranquilo. Há jantares, há esplanada e há vinhos de produção biológica.
Este conjunto de boas notícias podem todas ser encontradas numa só morada: Largo Agostinho da Silva, n°1, em Lisboa. É em plena Praça das Flores que nasce o Loop, um restaurante criado por quem há muito luta por uma cozinha sazonal e feita com os ingredientes mais frescos, aproveitando os produtos de quem trabalha a terra com paixão.
Ágata Mandillo, de 38 anos, é a cara e a cabeça por detrás do Loop — aí com mais cinco sócios — mas também da vizinha pizzaria In Bocca a Lupo onde, em 2014, começou a servir pizzas como Lisboa nunca tinha visto: fininhas que só elas, com opções vegan e cheias de produtos biológicos.
Mas, em 2021, as pizzas deixaram de ser suficientes para Ágata mostrar tudo o que, ao longo dos anos, foi aprimorando no que toca a comida feita com o foco na sustentabilidade.
“A crise que o Covid trouxe foi muito dura, mas ajudou-me a encontrar uma comunidade de pessoas interessadas nesta forma de trabalhar”, conta Ágata à Peggada. É à mesa do Loop que ficamos a saber mais sobre a agricultura regenerativa, base de todos os produtos que chegam ao restaurante. É que não só o restaurante procura os produtores certos, como agora também eles têm a oportunidade de produzir. “Eu não despedi ninguém da minha equipa mas, para que o trabalho fosse sustentável, propus criarmos uma horta feita com todo o respeito pela natureza”, refere a responsável. Por exemplo, ao contrário do que é feito — erradamente, segundo Ágata — há mais de 10 mil anos, a terra não deve ser remexida quando se arrancam as ervas. “Aí, os bichos que vivem no escuro saltam para a superfície e os que vivem à superfície acabam enterrados. Estragamos a microbiologia da terra”, explica.
Uma ementa livre e de prato cheio
Já deu para perceber que a sustentabilidade aqui não é um chavão, certo?
“O Loop nasce como um espaço onde podemos dar visibilidade aos produtores que pensam como nós. Temos uma base para a ementa, mas ela é livre e alterada consoante o que chega. Desta forma, optimizamos o que a natureza dá e pagamos menos, porque é tudo é da época”, refere Ágata.
É por isso que aquilo que a Peggada provou no dia da sua visita, não será certamente aquilo que vais encontrar quando lá fores. Mas deixamos aqui uns apontamentos, para que comeces já a imagina o festim.
De entrada um Ninho de Pérolas com gema de ovo “sous-vide” numa base de salada, de prato principal um osso buco com cevada e acelgas salteadas e uma quinoa verde com abóbora assada, cogumelos caramelizados e farofa. Tudo tão bem servido, que o difícil foi chegar à sobremesa. Mas chegamos e acabamos em grande com uma mousse de alfarroba com amêndoa caramelizada.
Seja qual for a altura do ano que escolhas para ir ao Loop, fica a saber que tudo ali é feito de raiz. Os fermentados, os iogurtes, os fumados, a kombucha, as compotas o tempeh e até a bolacha do tiramisù.
Para o bom tempo há uma esplanada, e para os dias de chuva, infusões naturais, vinho biológico e café de especialidade.
De quarta a domingo das 10h às 23 horas.
Fica a conhecer melhor o Loop com esta galeria de imagens: