eBay elimina taxas sobre venda de roupa usada para promover moda circular
Desde 8 de abril que tanto a compra como a venda de roupa em segunda mão estão isentas de taxas no eBay, no Reino Unido.
Roupas em perfeitas condições que acabaram no lixo. Grandes marcas, como a H&M, prometiam reciclar, mas não cumpriram, conclui um novo estudo da Organização “Changing Markets Foundation”.
Uma nova investigação garante que a maior parte das roupas doadas a grandes marcas, que prometem reutilizá-las ou reciclá-las, é na verdade destruída, deixada em armazéns ou enviada para África.
O documento foi divulgado este domingo com o nome Take-Back Trickery (o truque da devolução). e resulta de uma investigação do grupo de pressão holandês Changing Markets Foundation.
A organização explica usou “air tags” da Apple (dispositivos que enviam a localização) para rastrear 21 peças de roupa usada. Os artigos foram doados às lojas H&M, Zara, C&A, Primark, Nike, The North Face, Uniqlo e M&S na Bélgica, França, Alemanha e Reino Unido, e outros doados a uma grande cadeia de vendas online.
Na maioria dos casos, a recolha é feita em forma de contentores de recolha encontrados nas lojas, que indicam que as roupas recolhidas serão reutilizadas ou recicladas. Por exemplo, nos seus contentores de recolha, a Zara e a C&A escrevem que às roupas recolhidas será dada uma nova vida. Os contentores da Nike indicam que as roupas serão doadas ou recicladas, enquanto a mensagem da H&M indica que as roupas que as roupas serão usadas, reutilizadas ou recicladas. Os contentores nas lojas da M&S indicam que as roupas recolhidas são entregues à Oxfam, para serem revendidas, reutilizadas ou recicladas.
Tudo isto para aliciar o cliente a doar as suas roupas, fazendo-os acreditar que estão a fazer um gesto consciente e generoso, desviando as suas roupas velhas dos aterros ou da incineração e, possivelmente, a ajudar pessoas necessitadas.
No entanto, e apesar das promessas, três quartos dos artigos (16 em 21) foram destruídos, deixados em armazéns ou exportados para África.
A “Changing Markets Foundation” dá exemplos: um par de calças doado à M&S foi destruído numa semana, outro par doado à C&A foi queimado num forno de cimento, uma saia doada à H&M viajou 24.800 quilómetros, de Londres até um terreno baldio no Mali, onde parece ter sido despejada. Apenas cinco artigos dos 21 foram reutilizados na Europa ou acabaram numa loja de revenda.
“Apesar das grandes promessas de reutilização e reciclagem estampadas nas caixas de recolha das marcas, estas não estão a cumprir os seus compromissos. No âmbito da nossa investigação, 60% das peças de vestuário permaneceram em armazéns, foram reciclados ou destruídos, enquanto outros foram
enviados para países do Sul Global, aumentando o fardo que já têm que suportar para lidar com todos os resíduos”, explicam os investigadores.
Na análise, foi possível concluir que as marcas, ainda que prometam um destino à roupa não fazem qualquer tipo de registo público sobre o assunto. Os investigadores falam em “grenwashing”, uma vez que não é cumprido aquilo que é apregoado pelas marcas em questão.
Desde 8 de abril que tanto a compra como a venda de roupa em segunda mão estão isentas de taxas no eBay, no Reino Unido.
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