Chefs on Fire. Neste festival, os restos de comida transformam-se em energia
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De 31 de julho a 4 de agosto acontece mais uma edição do festival Tradidanças, aquele que põe toda a gente, de todas as idades, a dançar durante quatro dias. Além da dança, tem natureza, boa comida, e uma preocupação constante em diminuir o impacto no planeta.
Se Filipa Pereira ganhasse 1€ por cada vez que lhe perguntam: “Mas o Tradidanças é o antigo Andanças?”, estaria rica. No entanto, é normal que a confusão aconteça, até porque a dança é denominador comum aos dois eventos, assim como a localização: São Pedro do Sul.
Vamos então à explicação, por quem mais sabe.
O Andanças, explica Filipa, mudou de local, e São Pedro do Sul perdeu o festival que já há anos trazia milhares de pessoas à região. “Ficou a vontade de continuar a fazer algo”, explica a atual produtora e programadora, que começou o seu percurso apenas como qualquer outra festivaleira.
“Fui ao Andanças em 2008 e adorei. Mal saí, procurei por sítios onde pudesse aprender a dançar, até porque percebi que há mesmo muita gente a dançar as chamadas músicas tradicionais europeias, por todo o país, ainda que sem grande expressão na comunicação social”, refere. Pelo caminho conhece o atual marido, Paulo Pereira, um dos responsáveis pelo aparecimento do Andanças e, durante muitos anos, presidente da Pé de Xumbo, Associação para a Promoção da Música e Dança.
Junta-se a ele em São Pedro do Sul, uma terra que, durante anos, ficou órfã de um festival que tanto adorava.
Em 2017, começou o burburinho de que um novo festival estava a chegar, um tal de Tradidanças, organizado pela Associação Turística e Agrícola da Serra da Arada (ATASA), em parceria com o Município de São Pedro do Sul.
Filipa envolveu-se com a organização desde o primeiro ano e é atualmente produtora de um evento que cresce todos os anos. Desde 2022 que conta ainda com a colaboração da NBI – Natural Business Intelligence, na programação e consultoria na intervenção da área natural com boas práticas de gestão.
“O Tradidanças é agora um festival de Tradições, Dança, Música e Natureza”, explica, e todas estas vertentes estão bem vísiveis na programação e organização do espaço.
A dança e a música está em todo o lado, claro, desde concertos a bailes, oficinas de dança e de instrumentos musicais e muita música que nasce espontaneamente por quem a sente pulsar.
Quanto à natureza, bastará olhar em volta para perceber que é presença constante. Nos últimos anos, integraram-se valores da paisagem natural do território (conhecido pelas serras, ribeiros e piscinas naturais) e porque se acredita que, à concretização do festival, deve estar associado um esforço de redução do seu impacto ambiental na comunidade e uma preocupação na difusão de valores ambientais. Para essa conexão mais profunda, acontece, todas as manhãs, uma caminhada sensorial ou interpretada na natureza para conhecer melhor, por exemplo, a vegetação do local.
Todos estes detalhes já estão direcionados para o esforço de ligar os visitantes à natureza e ao espaço envolvente, mostrando que há formas de viver com menos impacto. Mas há mais:
. implementaram um Saneamento Ecológico para tratar cerca de 75% dos resíduos orgânicos produzidos durante o festival;
. existem dezenas de casas de banho e urinóis secos;
. Na cantina há sempre opção vegetariana para todas as refeições;
. recolhem matos e ervas dos terrenos do festival para a construção das casas de banho secas;
. Há recolha dos biorresíduos, provenientes da cantina e dos
restaurantes do festival;
. Exitem compostores disponíveis ao público.
. todos os dias existem oficinas sustentáveis onde se ensina, por exemplo, como produzir cosmética com base em azeite, ou cogumelos com base em borras de café;
. promovem o uso de bicicleta para chegar ao evento, com um desconto no preço do bilhete;
. a água para os banhos é aquecida com o calor do sol;
. as águas dos duches são depois usadas para os autoclismos;
. é um festival pet friendly (todas as regras podem ser consultadas aqui)
. é um espaço preparado para receber crianças, com oficinas e atividades para os mais novos;
. é um festival inclusivo, com atividades ao público sénior e ao público com necessidades especiais. São exemplo disso algumas oficinas de dança adaptada.
O evento acontece este ano de 31 de julho a 4 de agosto e os bilhetes estão à venda aqui.
A Peggada vai lá estar. Segue-nos nas redes sociais para veres todos os pormenores sustentáveis deste evento.
Aqui podes ver um vídeo da edição de 2023:
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