Este título pode remeter para diferentes significados e a intenção está lá. Se todos nós já sabemos que a produção do Super Bock Super Rock superou todas as expectativas a mudar o seu recinto em 48 horas, em grande parte devido à inegável força das alterações climáticas, devemos também atentar a outra transformação pela qual este festival se demarcou.
Temos por hábito escrever sobre os eventos antes dos mesmos ocorrerem para vos dar toda a informação de como os aproveitarem de modo sustentável, mas dadas as circunstâncias especiais, desta vez falamos em tom de rescaldo. Outros festivais já sofreram consequências devido à emergência climática que atravessamos e só todos juntos, a criar políticas sustentáveis para eventos já com uma pegada ambiental pesada de base, é que se poderá traçar um futuro melhor.
Falámos com Mariana Montez, responsável pelo departamento de Sustentabilidade que nos explicou de que forma a maior parte das iniciativas programadas para este festival e a medição do seu impacto ambiental tinham sido afetadas pela mudança brusca de realização devido ao iminente risco de incêndio.
Ainda assim, no frenesim desta alteração de última hora do Meco para Lisboa, manteve-se a preocupação de dar aos festivaleiros transportes públicos que assegurassem as suas deslocações. O objetivo centrou-se no incentivo à redução do uso do transporte privado, oferecendo alternativas para chegar ao Festival em transporte público. Se, em Lisboa, a Carris prolongou os autocarros até às 6h da manhã e a Via Verde disponibilizou carrinhas híbridas para chegar ao Festival, desde o Cais do Sodré, Santa Apolónia e Praça de Espanha, quem tinha marcado o seu alojamento no município de Sesimbra também teve transportes de ida e volta.
Foi possível ver um cuidado com a gestão de resíduos por todo o recinto, com caixotes destinados a cada tipo de material. E é aqui que destacamos “A” mudança. Muitos festivais já nos habituaram a inexistência de copos descartáveis, o que é por si só um passo ótimo, mas aqui, o SBSR foi mais longe, ao abrir as suas portas para todos os copos reutilizáveis com uma mensagem clara e objetiva.
Nas suas redes explicaram que qualquer copo que já tivéssemos era bem-vindo desde que respeitasse as medidas de 25 e 50 cl, garantindo assim que brindar era efetivamente amigo do ambiente. Ao abrir este precedente num óbvio afastamento do greenwashing, esperamos que outros festivais aproveitem este caminho, e repensem a sua política de copos reutilizáveis.
De notar ainda a parceria com o Movimento Music Declares Emergency, com o objetivo de desempenhar um papel cada vez mais ativo nas questões de sustentabilidade.
Para mais informações sobre o Plano de Suporte Ambiental deste Festival, visitem a página oficial.