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Sabemos que, tal como nós, existem centenas de outros projetos a querer fazer mais pelo planeta. Fomos ter com eles para saber mais sobre o que os move e o que podemos deles esperar. Uma vez por semana, uma startup, uma entrevista, cinco perguntas.
Falámos com Carla Portela, fundadora do Beat the Butt, a startup que nasceu para acabar com as beatas no ambiente. Criaram uma espécie de cinzeiro portátil para ajudar os fumadores a não descartar beatas para o chão, mas o seu trabalho vai muito além disso.
O ano passado andaram pelo país a apanhar beatas do chão, em várias cidades, numa ação a que chamaram o “giz da vergonha” onde assinalavam no chão os locais onde encontravam beatas.
Todos os anos, mais de 4.5 mil milhões de beatas de cigarro vão parar ao ambiente. Só em Portugal são 7 mil por minuto.
O problema deste pequeno resíduo é enorme, pois as beatas são feitas de acetato de celulose (um plástico) e portanto não são biodegradáveis. Cada beata de cigarro pode conter mais de 4 mil compostos químicos diferentes, dos quais mais de 700 são altamente tóxicos.
O Beat the Butt surgiu para criar a infraestrutura que falta. Estamos a criar um sistema de recolha seletiva de beatas de cigarro, de forma a retirá-las do ambiente mas também do circuito de resíduos indiferenciados. Para tal, estamos a desenvolver uma estratégia que combina um produto (o Beat the Butt Case) que nada mais é que um porta-maço de tabaco com um cinzeiro acoplado que tem a característica de não deitar cheiros e poder levar pelo menos 20 beatas. Assim, o fumador, quando terminar de fumar esse maço e for comprar outro nos quiosques de jornais ou bombas de gasolina, poderá descartar todas as beatas no coletor seletivo que irá encontrar para o efeito (o Re-butt Network). Assim, criamos um sistema inteligente de recolha seletiva e poderemos otimizar o processo de recolha.
Porque não é possível conseguir o tão almejado eterno crescimento económico sem se trazer para a mesa a área da sustentabilidade. É urgente tornar um facto assente, que não podemos continuar a querer o primeiro e negar a segunda.
Garantir que a mensagem passa de forma transparente sem cair no greenwashing. A sustentabilidade passa muito mais pela simplicidade do que pela substituição de A por B e esse é sem dúvida um grande obstáculo a ultrapassar, especialmente quando muitos de nós crescemos a ser incentivados a consumir desregradamente.
Ter começado!
Procurar implementar um sistema de recolha a nível municipal e envolver os atores responsáveis pela gestão de resíduos no processo.
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