Nesta nova plataforma tem a possibilidade de ver o que não é possível observar a olho nu. E é assustador.
Estima-se que ingerimos 74 mil a 121 mil microplásticos todos os anos, o que implica sérias consequências para a saúde humana, mas também para os ecossistemas.
Plastic Air é um website desenvolvido pela data designer italiana Giorgia Lupi que, através de uma experiência online interativa, explica o impacto que os microplásticos (invisíveis a olho nu) tem no ar que respiramos, explorando a sua composição, origem e capacidade de viajar pela atmosfera.
A lente do Plastic Air permite ver como alguns objectos do dia-a-dia se podem decompor. Ao selecionar o botão “don´t see”, a experiência passa a apresentar plásticos nas suas formas familiares. Também podes descobrir o que podes fazer, num separador dedicado a “What can I do?” — spoiler alert, a recomendação é parar de usar plástico.
Pela sua duração e preço baixo, o plástico compõe a maior parte dos materiais à nossa volta — vestuário, embalagens, produtos de casa, entre outros — e não desaparece quando nos desfazemos deles. Em vez disso, degrada-se em fragmentos microscópicos (os microplásticos) que entram num ciclo sem fim através da nossa atmosfera, emitindo toxinas e produtos químicos nocivos.
Além da produção do plástico, lixo ou outros resíduos mal geridos, o plástico é emitido para o ambiente a partir de outras fontes, como a lavagem de roupa, por exemplo. Depois, são transportados pelo vento ou outros padrões climáticos (como chuva e neve) até centros urbanos e áreas remotas (como os Pirinéus), e ingeridos por seres humanos e animais.
Esta experiência visa combater a falta de sensibilização e de financiamento suficiente para investigações e promover a consciencialização do público em geral, de forma a que se utilize menos plástico, os governos aprovem as leis certas, e os cientistas obtenham o financiamento de que necessitam — “é difícil sentir-se ameaçado por algo que não se consegue ver”, pode ler-se no site.
A experiência foi desenvolvida em colaboração com o Google Arts & Culture Lab e teve por base investigações publicadas por várias universidades. Além disso, foi cientificamente validada por investigadores das universidades de Strathclyd, Reino Unido, e do Estado de Utah, Estados Unidos.