Serão precisos seis anos para alcançar todas as metas, mas o primeiro passo é já dado em julho. Diz adeus aos plásticos de uso único.
A partir desta quinta-feira, 1 de julho, passa a estar proibida a venda de vários produtos de plástico de uso único, isto graças à entrada em vigor do decreto-lei aprovado pelo Parlamento Europeu em 2018. O objetivo é que até 2026 os plásticos de uso único desapareçam do mercado da União Europeia, e para cada ano há novas metas.
Para já, em 2021, a ideia é que produtos como cotonetes, talheres, palhinhas e caixas com alimentos para consumo imediato deixem de ser comercializados. Em 2022 prevê-se que a última medida chegue aos restaurantes, o passo seguinte, em 2023, será banir os plásticos de estabelecimentos comerciais, e, na reta final, “Estados-Membros terão de recolher seletivamente 77% das garrafas de bebidas até 2025 e incorporar 25% de plástico reciclado nas novas garrafas”, anuncia o site da República Portuguesa.
Após a meta, estabelecida para 2026, será feita uma reavaliação pela Comissão Europeia de modo a perceber se as medidas foram cumpridas, o que ainda é possível fazer, e também se deverá ser aplicada uma taxa de recolha de resíduos de artes de pesca.
Como vês, há ainda um longo caminho a percorrer, mas 1 de julho de 2021 marca o início de um passo importante para a redução da poluição gerada pelo plásticos descartáveis.
O plástico de uso único será substituído por outros materiais — embalagens reutilizáveis, compostáveis, biodegradáveis, ou facilmente recicláveis — também eles descartáveis, razão pela qual a alternativa não foi vista com bons olhos pelo coordenador do Pacto Português para os Plásticos (PPP), Pedro São Simão.
“Focarmo-nos nos materiais de uso único é mais importante do que apenas no plástico. Porque esta diretiva aponta para a eliminação de muitos plásticos de uso único, mas abre a porta para substituirmos estes plásticos por outros materiais de uso único”, disse à agência Lusa, conforme cita o “Jornal de Notícias“, acrescentando ainda que não são conhecidas as consequências destes materiais no futuro do planeta.
Por isso mesmo, o decreto-lei incentiva os governos dos Estados-membros da União Europeia a sensibilizar e dar informações à população sobre “alternativas reutilizáveis e de sistemas de reutilização, das opções disponíveis de gestão dos resíduos mais adequadas e/ou das opções de eliminação dos resíduos a evitar, acerca das boas práticas relativas à gestão eficiente dos resíduos e do impacto ambiental causado pelas más práticas de eliminação de resíduos”, diz a diretiva.
A lei europeia quer, no fundo, que autoridades, produtores e consumidores se unam para eliminar lixo do planeta e seja promovida “a transição para uma economia circular”.