Ecopontos a menos de 50 metro de casa, incentivos fiscais e mais literacia: é assim que Portugal pode converter os não recicladores.
Vamos começar com as boas notícias: 86% da população portuguesa recicla, segundo os novos dados apurados na terceira vaga do “Radar da Reciclagem”, estudo realizado pela Sociedade Ponto Verde entre 21 de outubro e 4 de novembro em Portugal continental.
O resultado é animador se pensarmos que muito mais de metade da população faz reciclagem, mas resta então saber o que falta para os restantes portugueses aderirem.
A razão principal? Ecopontos longe de casa, segundo 60% dos não recicladores. Já 71% dos inquiridos no estudo da Sociedade Ponto Verde afirmam que fariam a separação de resíduos se tivessem um ecoponto a menos de 50 metros da habitação.
Percebemos que somos um tanto preguiçosos, mas se é isso que é necessário, aqui está o alerta para o governo e câmaras municipais de que é preciso investir em mais ecopontos para evitar o encaminhamento indevido de recipientes para os aterros.
Contudo, é também preciso esclarecer a população sobre a veracidade do processo de reciclagem (43% dos portugueses afirmam que uma maior credibilidade no processo de reciclagem os levariam a aderir) e sobre a correta separação.
É que apesar de vários esforços que têm sido feitos — por exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa distribuiu pelos moradores três sacos reutilizáveis e recicláveis para a separação do papel/cartão, embalagens e vidro e voltou o Gervásio para ensinar a reciclar — 62% dos inquiridos dizem que ainda há dúvidas sobre a separação dos resíduos.
Para ajudar neste sentido, a Waste App pode ser um forte aliado — diz-te onde colocar vários tipos de artigos e onde — e também este artigo da Peggada que lembra onde colocar óleos usados ou até pneus.
Com o estudo da Sociedade Ponto Verde não só foi possível fazer um levantamento das problemáticas, como apresentar soluções segundo a opinião dos não recicladores.
Um total de 69% acha que deve haver incentivos (monetários, fiscais ou em forma de descontos) para a população e outros 50% considera importante uma melhoria nos equipamentos de separação de resíduos no exterior das habitações.