Os portugueses consumiram todos os recursos que permitiriam viver de forma sustentável este ano. Ou seja, a partir de hoje, 13 de maio, o país está a viver a “crédito ambiental”.
Esta data limite tem vindo a ser acionada cada vez mais cedo. Este ano, acontece treze dias mais cedo do que em 2020, por exemplo. A partir de agora será sempre necessário começar a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de janeiro de 2022.
“Se cada pessoa no Planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria mais de 2 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos”, explica a associação ambiental Zero.
Ainda que a associação acredite que a pandemia não tenha sido benéfica para este acelerar da degradação ambiental, estes são números lançados depois de cálculos feitos com dados de anos anteriores e, por isso, não é possível analisar o impacto imediato dos últimos meses.
A associação lembra que Portugal não é o único país a ver esta data a ser antecipada, mas que o facto de acontecer ainda antes do meio do ano é preocupante. Aponta ainda que o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica de Portugal.
Sem desistir do muito que ainda podemos fazer, a Zero deixa uma série de exemplos de políticas e práticas individuais a serem postas em prática de imediato, entre elas:
- Aproveitar o potencial de redução de deslocações e viagens (em particular as feitos por avião) através do teletrabalho e da realização de eventos habitualmente presenciais, em formato virtual
- Regulamentar para que os produtos colocados no mercado sejam sustentáveis. Por exemplo, implementar normas de durabilidade, garantias do direito a reparar e atualizar, de reutilização e reciclabilidade.
- Reduzir a presença de proteína animal na alimentação
- Movimentarmo-nos de forma sustentável: privilegiar os transportes coletivos, andar de bicicleta, a pé, e claro, reduzir ou eliminar mesmo as viagens de avião substituindo nomeadamente as reuniões por videoconferência.