Os eco recifes portugueses chegaram para salvar os oceanos e a implementação dos primeiros projetos iniciar-se-á já este ano.
Há um nova tecnologia portuguesa que promete ajudar a salvar os oceanos. Chama-se The Reef Company, foi fundada em 2021, e escolheu Portugal para desenvolver uma tecnologia que permite recolher dados do fundos dos oceanos e implementar eco recifes “artificiais” que servirão como “apartamentos” para peixes e plantas. Assim, ajudam no na preservação da biodiversidade, apoiam o crescimento da flora absorvendo CO2, o rejuvenescer habitats e servem como fonte de rendimento, subsistência e alimento para a vida aquática.
Apaixonado pelos oceanos desde sempre, o empreendedor Jeroen van de Wall encontrou na tecnologia a resposta à devastação ambiental crescente. Juntou-se a Manuel Simas, cofundador da The Reef Company, para construir a solução para o futuro dos oceanos. Com a missão de ultrapassar o desafio da perda da biodiversidade, das alterações climáticas e da desigualdade socioeconómica, o trabalho da startup assenta em dois modelos tecnológicos que resultam em eco recifes e no aparelho “BluBoxx”.
Os ecos recifes são estruturas que têm como objetivo criar a maior superfície de crescimento possível, bem como oferecer abrigo para a vida marinha, podendo também contribuir para a melhoria da resiliência costeira. Todos os ecos recifes são ainda equipados com uma infra-estrutura “BluBoxx”, responsável por recolher, gravar e analisar uma série de dados marítimos, que servirão como ponto de partida para uma série de aplicações em todo o mundo, sendo útil, por exemplo, para as indústrias de alimentos e agricultura, para o turismo, a resiliência costeira, a bio e tecnologia médica, a investigação científica e académica, entre outras.
Segundo Jeroen van de Wall, fundador e CEO da The Reef Company, em comunicado, “infelizmente, já não será possível salvar o planeta através de soluções 100% naturais”. No entanto, o especialista acredita que devemos tirar o melhor partido das inovações tecnológicas para reverter a situação. “Na The Reef Company, é isso que queremos: colocar a tecnologia ao serviço dos oceanos para os salvar! Devolver a vida aos oceanos é tudo o que precisamos para garantir a nossa própria vida. Neste momento, está na hora de começar a falar menos e a agir mais para o conseguir”.
Embora falemos aqui de uma solução tecnológica, todos os materiais utilizados são de baixo carbono e provenientes de resíduos locais, como dragados, consistindo num geopolímero, fabricado localmente, o mais próximo possível dos locais de implantação – locais esses que começam em Portugal.
Com parcerias tecnológicas e governamentais firmadas, com ambições de expansão para todos os continentes e com demonstrações de interesse por parte do Brasil, Costa Rica, Malásia e Médio Oriente, a startup planeia implementar os primeiros projetos piloto no final deste ano e as zonas da Comporta, Cascais e Madeira são as eleitas para começar a operação.
Com uma equipa internacional constituída, até ao momento, por 15 pessoas, a The Reef Company conta fechar novas parcerias em breve, atrair talento português e criar centros de excelência para apoiar a operação. Para já, e até ao final do ano, iniciar-se-á a implementação do projeto piloto na Comporta, sendo o primeiro passo na missão de ter centenas de milhares de recifes implementados a nível mundial, que permitam combater as alterações climáticas e restabelecer o equilíbrio dos oceanos.