A Peggada destaca sete cidades verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade segundo o Índice Global de Sustentabilidade de Destinos.
O Índice Global de Sustentabilidade de Destinos (GDS-Index) revelou as 40 cidades mais sustentáveis do mundo em 2023, com base em 69 indicadores e quatro áreas-chave: desempenho do progresso social (como corrupção, segurança pessoal e inclusão), dos fornecedores, da gestão de destino (como a comunicação de iniciativas de sustentabilidade e a exatidão dos relatórios) e ambiental.
As cidades foram analisadas segundo as suas taxas de reciclagem, níveis de poluição atmosférica, transportes públicos, quantidade de ciclovias, percentagem de quartos de hotel com certificação ecológica, cadeia de fornecimento da indústria local (incluindo aeroportos, locais de eventos, restaurantes), entre outros critérios, que são revistos anualmente.
De acordo com o GDS-Index 2023, estas são as 20 cidades mais sustentáveis do mundo:
- Gotemburgo, Suécia
- Oslo, Noruega
- Copenhaga, Dinamarca
- Helsínquia, Finlândia
- Bergen, Noruega
- Aarhus, Dinamarca
- Aalborg, Dinamarca
- Glasgow, Reino Unido
- Bordéus, França
- Estocolmo, Suécia
- Belfast, Reino Unido
- Zurique, Suíça
- Lyon, França
- Goyang, Coreia do Sul
- Tirol, Áustria
- Middelfart, Dinamarca
- Singapura, Singapura
- Nyborg, Dinamarca
- Kerry, Irlanda
- Skelleftea, Suécia
Embora o índice esteja orientado para reconhecer os esforços de sustentabilidade no setor do turismo, também tem em conta dados que afetam os residentes das cidades, o que faz do índice um bom recurso não só para os viajantes que procuram um destino sustentável, mas também para os futuros residentes que pretendem instalar-se numa cidade mais verde.
Este ano, o GDS-Index aumentou a diversidade das cidades, atingindo o marco de indexar 100 destinos em todo o mundo. A adição de 42 cidades novas e antigas em 2023 trouxe novas perspetivas de 11 países, contribuindo para uma representação verdadeiramente global.
Eis sete cidades que se destacam no índice.
Gotemburgo, Suécia
Gotemburgo assume a liderança pela sétima vez, refletindo a sua ambição de se tornar independente de combustíveis fósseis até 2030.
95% dos transportes públicos da cidade funcionam com energias renováveis e o seu aeroporto foi certificado a um dos mais altos níveis pelo esquema de Acreditação de Carbono Aeroportuário, o que significa que está empenhado em rastrear, reduzir e compensar as emissões de carbono. Uma grande variedade de restaurantes, bares e cafés seguem o princípio do desperdício zero e cerca de 90% dos quartos de hotel apresentam certificação ambiental.
Mesmo os seus festivais, que podem ser grandes emissores de dióxido de carbono (CO2), esforçam-se por reduzir o seu impacto. O Way Out West tornou-se no primeiro festival de música do mundo a ser certificado como sustentável em 2013, servindo apenas refeições vegetarianas e evitando pratos e talheres de utilização única, entre outras práticas sustentáveis.
Gotemburgo é também a sede da primeira biblioteca de brinquedos da Suécia, a Leksaksbibliotek, que ensina os mais jovens sobre economia de partilha e sustentabilidade.
Oslo, Noruega
Oslo subiu da 10ª para a 2ª posição da lista, sendo a segunda de oito cidades nórdicas a entrar no top 10.
Em termos de transportes, a cidade introduziu scooters elétricas e tem autocarros movidos a biocombustível e eletricidade, 270 estações de bicicletas e 5000 estações de carregamento de veículos elétricos.
9% do município é constituído por zonas verdes e parques urbanos e 63% é floresta, existindo leis rigorosas que regulam a exploração da mesma.
Oslo está repleta de pessoas e empresas que trabalham em prol de um ambiente saudável, desde restaurantes que servem alimentos biológicos (como o Maaemo, distinguido com uma Estrela Verde Michelin pelas suas práticas sustentáveis) a hotéis com certificações ecológicas (como o Thon Hotel Astoria, que reduz a sua pegada de carbono através da utilização de energia renovável).
O VisitOSLO desenvolveu os seus próprios critérios para que as empresas recebam um distintivo “Visit Oslo Responsibly”, e tem recursos dedicados, como o seu Guia Verde, para os turistas que também querem dar prioridade às opções sustentáveis.
No posto de turismo, se um visitante pedir conselhos sobre deslocações, o staff fornecer-lhe-á primeiro informações sobre os transportes públicos. O conselho de turismo também desenvolveu um curso sobre práticas empresariais sustentáveis para o setor das viagens, com temas como a redução dos resíduos de madeira ou a minimização da poluição sonora.
Oslo foi ainda nomeada Capital Verde Europeia em 2019 pelos seus esforços de longa data para melhorar a sua pegada ambiental.
Copenhaga, Dinamarca
Copenhaga é conhecida como uma das cidades mais ecológicas do mundo, tendo como objetivo tornar-se na primeira capital neutra em carbono do mundo em 2025.
Apenas 4% dos resíduos sólidos são depositados em aterros, 66% dos resíduos são reciclados e 74% da eletricidade provém de fontes sustentáveis. Além disso, a cidade tem baixos níveis de partículas no ar e a água nos canais é tão limpa que é possível nadar.
72% dos quartos de hotel em Copenhaga e 91% dos locais de eventos da cidade estão atualmente eco-certificados com uma certificação de terceiros.
A Dinamarca está classificada como o país menos corrupto do mundo, sendo também dos mais felizes, prósperos e pacíficos de acordo com outros relatórios e índices. Além disso, os dinamarqueses não pagam por cuidados de saúde nem educação – cada estudante dinamarquês recebe do Estado cerca de 900 dólares por mês.
Glasgow, Escócia
A cidade escocesa ocupa a posição mais alta de todas no Reino Unido no GDS-Index, onde tem estado entre os dez primeiros desde 2016.
Glasgow pretende tornar-se na primeira cidade neutra em termos de carbono do Reino Unido até 2030 e um centro líder mundial em políticas e inovação sustentáveis.
Em 2023, a cidade criou uma zona de baixas emissões, restringindo a entrada de automóveis no centro da cidade para reduzir a poluição atmosférica. Foram ainda construídas estações de carregamento de veículos elétricos, instalados postes de iluminação pública LED “inteligentes” e criados sistemas de aluguer de bicicletas e novas ciclovias.
A cidade tem mais de 90 parques e, em média, oito em cada dez crianças vivem a menos de 400 metros de um espaço verde público.
Os esquemas de economia circular tornaram-se mais populares, por exemplo, com mais centros comunitários para reparar ou emprestar produtos.
Bordéus, França
Cerca de três quartos das vinhas de Bordéus e um terço das suas empresas de turismo têm certificação ecológica, assim como o próprio posto de turismo e a organização da Festa do Vinho de Bordéus – neste evento, as emissões são monitorizadas e comunicadas todos os anos, os resíduos alimentares seguem para compostagem e não são vendidos artigos de plástico.
A cidade está recheada de restaurantes “zero-quilómetros” (distância reduzida entre produtores e estabelecimento) e lojas em segunda mão, podendo ser percorrida em bicicletas V3 self-service, autocarros elétricos, elétricos e shuttles fluviais.
De acordo com Olivier Occelli, diretor do gabinete de turismo de Bordéus, o setor do turismo da cidade comprometeu-se a obter a certificação ecológica de 80% dos seus intervenientes, desde hotéis a agências de turismo, até 2026. Nesse sentido, uma das estratégias passou por desenvolver um programa para aumentar as competências sustentáveis dos atores locais do turismo e dos eventos.
Os responsáveis pelo turismo de Bordéus querem que os viajantes fiquem mais tempo na cidade no futuro, para reduzir a sua pegada de carbono.
Zurique, Suíça
Zurique oferece as condições perfeitas para a realização de eventos sustentáveis, desde atividades de excursão climaticamente neutras, hotéis com certificação de sustentabilidade, distâncias curtas, uma rede de transportes públicos altamente eficiente e bicicletas gratuitas.
Até 2050, Zurique pretende reduzir o seu consumo de energia para 2000 watts por pessoa e as suas emissões de CO2 para uma tonelada por pessoa anualmente. Desde 2008 que os objetivos dos 2000 watts e do abandono da energia nuclear estão consagrados nos regulamentos municipais.
A cidade está empenhada em atingir estes objetivos por meio da promoção da utilização eficiente da energia e de energias renováveis através de incentivos financeiros e consultoria.
A cidade suíça definiu 21 indicadores que considera importantes para uma visão global do desenvolvimento da cidade, incluindo a qualidade de vida, segurança, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, pessoas com deficiência, equilíbrio entre a vida profissional e familiar, integração da população estrangeira e solidariedade inter-regional.
Goyang, Coreia do Sul
Em 2017, Goyang tornou-se na primeira cidade da Coreia do Sul a aderir ao GDS-Index e este ano ocupa o lugar mais alto de todas as cidades fora da Europa.
Em 2022, conseguiu as suas primeiras certificações de sustentabilidade ISO 20121, nomeadamente para as suas convenções e eventos. Atualmente, o principal centro de convenções KINTEX recicla a água da chuva para as casas de banho, o lago e os jardins, e utiliza energias renováveis, incluindo a geotermia, a luz solar e as águas pluviais.
A cidade tem mais de 1000 hectares de parques e água por cada 100 000 habitantes, 424 km de ciclovias e um sistema de partilha de bicicletas com mais de 3000 bicicletas e 148 estações. Devido às áreas verdes, o nível de poluição também é relativamente baixo.
Como cidade inteligente número um na Coreia, Goyang aplicou tecnologias IoT para monitorizar a poluição do ar e o mau cheiro da biomassa, mas também para recolher os resíduos dos caixotes de lixo da rua.
Segundo Guy Bigwood, CEO e Chief Changemaker do Movimento GDS, “a evolução e os resultados do Índice GDS demonstram inequivocamente que as organizações de gestão de destinos podem e impulsionam a transformação económica, social e ambiental acelerada nos seus ecossistemas de turismo e eventos. Com esta evidência convincente, temos a chave para um futuro otimista para viagens e eventos. Ao ampliar os nossos planos de ação regenerativos e aumentá-los com urgência, abrimos o caminho para mudanças e progressos significativos” lê-se no website.
Podia ter entrado em Meteorologia e Oceanografia, mas acabou por estudar Comunicação. E ainda bem, porque se não acertam nas previsões, não era ela que iria mudar isso. Começou por procurar ideias e projetos sustentáveis para a universidade e desde aí, nunca mais parou (quem é que para realmente?). Adora ver séries, mas vê poucas porque é uma pessoa difícil. Já para abraçar novos hábitos e desafios mais “verdes”, não precisa de muito para a convencer.
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