5 perguntas a uma startup sustentável: Build.ing

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5 perguntas a uma startup sustentável: Build.ing

Sabemos que, tal como nós, existem centenas de outros projetos a querer fazer mais pelo planeta. Fomos ter com eles para saber mais sobre o que os move e o que podemos deles esperar. Uma startup, uma entrevista, cinco perguntas.

Falamos com Elias Silva, a cara por detrás da Build.ing, uma startup que está a criar uma plataforma online que, recorrendo à Inteligência Artificial, pretende trabalhar de forma integrada as valências de arquitetura e engenharia e tornar o processo de conceção de edifícios mais eficiente.

A Build.ing apresenta uma solução para as empresas de construção otimizarem as suas escolhas, reduzindo os custos da obra com ciclos de projeto mais curtos e sustentáveis

1. Tens um parágrafo para nos apresentares o teu projeto. Força!

O mundo construído é mais do que um cenário, é o palco onde cada um de nós tem o poder de criar a sua própria história. Com nossas mãos moldamos espaços que nos inspiram, nos conectam e nos transformam. Mas ao fazê-lo, precisamos lembrar que cada recurso natural utilizado é um presente valioso e finito da natureza. Portanto, cabe a nós usar esses materiais com sabedoria, criando espaços que não apenas abriguem nossas vidas, mas que também nos ajudem a florescer como indivíduos.

Um prédio pode nos fazer sentir pequenos e insignificantes, enquanto um parque pode nos fazer sentir livres e conectados com a natureza. Dos hospitais onde nascemos às escolas onde aprendemos, das casas onde vivemos, cada espaço construído é um convite para sermos mais e fazer mais pelo mundo. Afinal, somos moldados pelo mundo que construímos, e cabe a nós construí-lo com sabedoria, empatia e amor. Using less material, build.ing a greener future!

O que fazemos na build.ing: estamos posicionados no começo da cadeia produtiva num momento de conceção. Utilizando tecnologias, como IA e ML para estudar múltiplos cenários de construção com base nos objetivos do nosso cliente. Digamos que a Marta queira construir algo, um edifício residencial e quer que ele seja o mais barato possível, que possua a melhor eficiência energética e gere o mínimo de resíduos possíveis. Iremos estudar milhares de soluções até encontrar a que melhor responder ao critérios da Marta, mas sempre pensamos em como utilizar o mínimo de recurso possíveis.

Pensamos desde de elementos de arquitetura até o pré dimensionamento estrutural, tendo com a nossa espinha dorsal a sustentabilidade, se é para construir que usemos somente o necessário.

2. Que lacuna no mercado o teu projeto vem resolver?

Promovemos a digitalização e descarbonização da indústria da construção. Integrando arquitetura, engenharia e sustentabilidade desde do primeiro minuto de um projeto.

3. De que forma é que o teu projeto está a fazer algo mais na área da sustentabilidade?

Defendemos que se for para construir que usemos somente o material necessário, para isso definimos o layout da construção com base na eficiência dos materiais. Para tanto, estudamos múltiplas soluções para ter a certeza que não estamos usando mais do que é estreitamente necessário. Um edifício de pequeno porte pode gerar facilmente 4 milhões de kgCO2e em todo o seu ciclo de vida, uma pessoa se deixasse de usar o seu carro precisaria viver mais de 13 séculos para ter um impacto equivalente. Portanto, trabalhar na neutralidade carbónica de espaços construidos tem um impacto gigantesco.

4. Quais os maiores obstáculos de trabalhar nesta área?

É uma indústria com pouca inovação, pouco disposta a mudar. O nosso método de construção não é eficiente, pouco produtivo, não sou eu que afirmo isso, um relatório da McKinsey & Company mostra que a indústria da construção perdeu cerca de 40% de produtividade desde 1990. Isso significa que mesmo vivendo numa sociedade de troca de informação instantanea, somos menos produtivos que em 1990, isso num setor que é responsável por 40% da emissão de GEE, e que segundo o Fórum Economico Mundial será responsável por quase 20% do PIB mundial em 2035. Ou seja, não sabemos como construir de forma eficiente, o mindset da indústria precisa ser atualizado, precisamos utilizar tecnologia para resolver os nossos problemas. A mudança é urgente.

5. Qual a conquista que de que mais te orgulhas enquanto líder desta startup?

Somos movidos pelo impacto positivo que queremos causar, e sinceramente o simples fato de lutar para esse projeto ser realidade já é uma grande conquista. Cada pessoa que falamos e mostramos que é sim possível fazer diferente, e elas acreditam no nosso sonho, nos mostrar que estamos no caminho cedo. Participamos de algumas competições e ser reconhecidos com uma solução que tem o poder de transformar um mundo, nem que um pouco, num lugar melhor me enche de alegria como foi o caso do Climatelaunchpad.

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