Vem aí mais uma edição do Rock in Rio, mas nem no meio da loucura de Anitta ou Black Eyed Peas nos podemos esquecer do planeta. Fica a saber tudo o que de sustentável vais encontrar no festival.
Um festival cujo mote é “O mundo vai ser nosso outra vez” não pode nunca descurar o que é preciso para que isso aconteça. A sustentabilidade sempre foi importante para a organização, contrabalançando com todo o gasto que acarreta a organização de um festival com grande dimensão.
A organização, em comunicado, garante que nos últimos vinte anos têm vindo a praticar e promover ações de sustentabilidade em três vertentes: económica, ambiental e social. A Peggada fez o apanhado de tudo o que de mais sustentável podes encontrar pelo recinto e que te pode ajudar a ter um impacto mínimo para o ambiente.
Resíduos
– caixotes para reciclagem e contentores de orgânicos para compostagem
– utilização de copos reutilizáveis, produzidos através de plástico 100% reciclado e que passam, agora, a ser carbono zero;
– zero palhinhas
– contentores de orgânicos entre o público para diminuir o lixo indiferenciado e aumentar a compostagem (feita há várias edições na zona de catering)
– garrafas de água feitas de pástico 100% reciclável
– contentores com uma sinalética mais acessível e chamativa.
– ações no recinto de incentivo à reciclagem
– caixas da Telepizza totalmente recicláveis
Economia Circular
– no final do festival, a organização doa materiais para entidades que queiram recolher
– entrega de prémios para patrocinadores e fornecedores com melhores práticas de sustentabilidade na Cidade do Rock
– doação de sobras alimentares em boas condições
– redução de 18 para cinco geradores (o que representa uma diminuição de consumo de 125L de combustível por hora)
– no setor da alimentação, incentivo ao uso de produtos nacionais e a contratação de fornecedores locais e promover o uso de produtos sazonais
– reaproveitamento de toda a relva sintética do recinto
– 25 bebedouros espalhados pela Cidade do Rock
Transportes
– bilhetes mais baratos de comboio, barco e autocarros de longo curso
– pontos de recolha de Uber
– o último concerto do Palco Mundo a terminar às 00h30, dando tempo para quem queira usar o metro no regresso a casa.
– transportes públicos adaptados a pessoas com mobilidade reduzida; estacionamento dedicado perto da entrada (dístico de mobilidade reduzida); entrada com rampa, entrada acessível na VIP e outros espaços.
Acessibilidade
– equipa técnica especializada da Santa Casa da Misericórdia a prestar apoio na entrada de pessoas com mobilidade condicionada
– as pessoas com mobilidade reduzida terão plataformas dedicadas na varanda da Área VIP, Palco Mundo e Galp Music Valley com cadeiras e energia; duas cabines acessíveis na Roda Gigante; uma oficina para pequenos arranjos em cadeiras de rodas, onde se pode solicitar o empréstimo de kit livres motorizados para permitir maior independência a pessoas em cadeiras de rodas e onde é possível carregar as cadeiras; estacionamento; rampas de acesso e WC adaptados na plataforma de mobilidade reduzida do Palco Mundo, do Palco Galp Music Valley, na Rock Your Street e na Área VIP.
– para pessoas cegas há um mapa tátil na entrada do recinto; aparelhos de audiodescrição nas plataformas, no Family Tour e na Roda Gigante; visitas guiadas com audiodescrição; e água nas plataformas de mobilidade reduzida para os cães guia.
– para pessoas surdas existe o espaço Sinta o Som nas frentes de palco do Palco Mundo, Galp Music Valley e Super Bock Digital Stage, junto a colunas para pessoas surdas sentirem a vibração das músicas; e intérpretes de Língua Gestual Portuguesa nas plataformas Sinta o Som.
Mas a coisa não acaba aqui. Comprometendo-se a deixar um legado positivo e duradouro na comunidade, além de dar continuidade ao seu Plano de Sustentabilidade o festival anunciou em 2021 um conjunto de metas a alcançar até 2030, concentradas em 6 temáticas fundamentais: educação, sistemas alimentares, alterações climáticas, economia circular, inclusão e pluralidade. São elas:
– Formar 100 mil pessoas: oferecendo, todos os anos, cerca de 200 horas de formação. O objetivo passa, também, por promover estágios no festival para pessoas em situação de carência económica e social, dando uma perspetiva de futuro e preparando-os para o mercado dos eventos;
– Ser um evento para todos, 100% acessível, inclusivo e plural, disponibilizando acessos, serviços e plataformas adaptadas;
– Melhorar o envolvimento de todas as partes interessadas, ao envolver e premiar 100% dos stakholders na política de sustentabilidade do Rock in Rio;
– Melhorar as condições de segurança, saúde e bem-estar de todos os envolvidos no evento, garantindo, além da legislação, uma preocupação constante com o descanso, alimentação e hidratação de toda a equipa;
– Ser um evento lixo zero em todas as edições (0% dos resíduos para aterro), considerando que esta meta foi já alcançada na edição de Lisboa;
– Ser um evento com zero desperdício alimentar em todas as edições. Para isso, o Rock in Rio doou já 55.000 refeições, recolheu 568 toneladas de orgânico para fertilizanete e separou 9 toneladas de óleo de cozinha.