Foi apresentado durante o evento Book 2.0 um Livro Branco para a Pegada de Carbono do setor dos livros, resultante de um estudo pioneiro que mostra alguns números sobre os quais nunca tínhamos pensado antes. Por exemplo: sabias que cada livro vendido tem, em média, um impacto de 555g de CO2?
Para analisar a forma como Portugal produz livros, foi feito um estudo pioneiro desenvolvido pela Publishing2030 Accelerator com o apoio da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que resultou no Livro Branco para a Pegada de Carbono do setor dos livros.
“A sustentabilidade já não é uma opção, é um imperativo que todos os sectores, incluindo o nosso, devem abordar com urgência”, refere no estudo Pedro Sobral, presidente da APEL.
Este estudo definiu seis categorias de emissões que abrangem a cadeia de abastecimento do livro, desde a matéria-prima até à chegada às mãos do cliente, que, quando combinadas, contribuem para uma estimativa do impacto global do carbono no sector do livro português. Estas foram definidas como:
1. Editor
2. Papel
3. Outros factores de produção (tinta, cartão para transporte, fita adesiva e outros materiais)
4. Impressão
5. Distribuição para o armazém
6. Fim da utilização de stocks não vendidos
O estudo permitiu apurar que, em 2023, o mercado editorial português produziu aproximadamente 9.874 toneladas de CO2 equivalente, o que representa cerca de 0,017% das emissões totais de Portugal. Concretamente, cada livro vendido tem, em média, um impacto de 555g de CO2e, o que equivale a conduzir 5,13 km num carro novo ou a consumir 15,4 horas de conteúdo de streaming. Com este levantamento, pôde constatar-se que as maiores fontes de emissões estão na produção de papel (41%) e impressão (28%), com outras matérias-primas como tintas e colas contribuindo com 20%.
O papel e a impressão são os dois processos com mais impacto, sendo que, em Portugal, o foco dos fabricantes de papel, como a The Navigator Company, tem sido alcançar a descarbonização através de eficiências de recursos, o que inclui, por exemplo, a utilização de energias renováveis na produção de pasta virgem e papel.
No que diz respeito à impressão, a Apigraf – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel realizou um estudo para calcular a pegada de carbono de um livro e criou fatores de emissão padrão para impressão alinhados com recomendações da Integraf (a associação comercial que promove e protege os interesses da indústria gráfica a nível europeu) para tintas, fitas e outros materiais.
De um modo geral, o Livro Branco apresentado no Book 2.0 vem oferecer recomendações práticas para o setor trabalhar em conjunto para enfrentar os impactos climáticos, nomeadamente através da identificação das áreas onde podem ser tomadas medidas coletivas para acelerar o processo de redução das emissões ao longo de toda a cadeia de abastecimento.
Este Livro Branco serve ponto de encontro para o setor e também de ponto de partida para o início de um trabalho conjunto para a diminuição do impacto conjunto.
Foram várias os livros lançados no mercado português em 2023 que colocam o tónico nas alterações climáticas e na necessidade de preservar o meio ambiente,
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