Este movimento transforma cabelo e pêlos de animais em tapetes que limpam as águas do mar e das ruas. Sabe como.
Desta não estávamos à espera. A Matter of Trust e o programa Clean Wave criaram um movimento para recolher cabelo de vários cabeleireiros de modo a usá-lo na remoção de óleo da água dos oceanos.
Ao longo dos anos fomos ouvindo falar de desastres ambientais — como o grande derrame de petróleo no golfo do México em 2010, o derrame de petróleo nas Maurícias em 2020 ou o mais recente, na costa israelita, em fevereiro — e nunca nos ocorreu que a melhor forma de limpar as águas é com cabelo.
“Se a gordura se prende tão facilmente ao cabelo, não poderia o cabelo humano ser usado para limpar derrames de óleo?”, pensou, e bem, o cabeleireiro Phillip McCrory em 1989. A ideia foi amadurecendo, até que o movimento surgiu e hoje em dia a organização recebe madeixas cortadas de mais de 40 mil salões de cabeleireiro nos Estados Unidos da América.
Mais de 30 países também contribuem para o projeto, entre os quais o Chile, Japão, Finlândia, Grécia, Inglaterra, França, Bélgica e Espanha, que enviam cabelos ou produzem os tapetes de cabelo que servem para limpar as águas ou ruas poluídas.
Isto porque, além de óleo, a aglomeração de cabelos ajuda a limpar o protetor solar que se entranha na água e ajuda a recolher resíduos, como beatas de cigarro que ficam a boiar.
A Matter Of Trust aceita cabelo de qualquer tipo, e até pelo de cão.
Todo o processo de transformação de cabelo e pelo em tapetes que limpam os oceanos é explicado e mostrado num vídeo da Matter Of Trust, que ilustra a forma como tudo funciona, desde o momento em que o cabelo chega a uma das máquinas da organização até que sai de outra já em forma de tapete.
A Matter of Trust trabalha ainda noutros projetos sustentáveis, como a fabricação de eco-casas e eco-pavimentos que têm a vantagem de serem grandes isolantes para climas mais frios, serem feitos de materiais que iriam para o lixo e terem uma grande durabilidade.
Podes explorar o projeto no site e acompanhar as novidades nas redes sociais (quem sabe num futuro próximo Portugal também passe a contribuir os seus cabelos e a produzir tapetes).
