Fazer a viagem de intercâmbio de comboio, autocarro ou carro partilhado confere aos estudantes um bónus de 50 euros e quatro dias de ajudas de custo.
O programa Erasmus dá um bónus de 50 euros aos estudantes europeus que escolhem viajar numa alternativa ao avião até à sua universidade de destino. Para receberem esta ajuda extra, os universitários têm de se deslocar de autocarro, comboio ou partilhar o automóvel.
“Fazem prova todos os bilhetes ou talões de combustível e/ou portagem utilizados durante a viagem”, refere fonte oficial da Agência Nacional Erasmus+, em declarações ao DN/Dinheiro Vivo.
Esta medida foi implementada no ano letivo 2021/2022 para baixar a pegada carbónica do programa de intercâmbio. Três em cada quatro alunos Erasmus usam o avião nas viagens e, entre 2014 e 2021, estima-se que tenham sido geradas entre 414 000 e 672 000 toneladas de dióxido de carbono, de acordo com o projeto Green Erasmus, liderado pela Associação de Apoio aos Estudantes de Intercâmbio.
Além do “cheque”, deixar o avião de fora também confere aos estudantes mais quatro dias de ajudas de custo com o intercâmbio.
Em Portugal, 1450 estudantes beneficiaram deste apoio nos últimos dois anos, no valor total de 72 500 euros. No entanto, o bónus é considerado insuficiente e acaba por servir para as deslocações entre países vizinhos. O principal destino Erasmus para os estudantes portugueses é Espanha, que se revela a melhor opção para receber o apoio sem passar demasiadas horas dentro do autocarro.
Morar na periferia da Europa e não ter comboios noturnos prejudica aqueles que querem estudar para lá de Espanha. Atualmente, um estudante que queira viajar entre Lisboa e Paris tem de fazer mais de 20 horas de viagem de autocarro e pagar cerca de 50 euros. Viajar de avião demora apenas duas horas e 30 minutos e o bilhete pode custar menos de 20 euros, caso seja comprado com antecedência.
O Green Erasmus lançou uma petição para subir o valor da bolsa para os 250 euros e aumentar para sete os dias das ajudas de custo. No total, foram recolhidas mais de 5200 assinaturas, sendo que mais de 200 subscrições eram portuguesas.
A petição foi discutida em Bruxelas no mês de junho e, atualmente, está a ser finalizado um documento para que a recomendação ganhe força e obrigue a ampliar as medidas de apoio ambiental.
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