Já não se trata apenas de reduzir a pegada de carbono — agora a palavra de ordem é maximizar esse impacto positivo. O climatemaxxing está a transformar a sustentabilidade num movimento online de partilha, desafio e criação de comunidade.
Para quem quer ter uma vida mais sustentável e influenciar comportamentos, há uma nova tendência a ter debaixo de olho: chama-se “Climatemaxxing” e descreve uma abordagem proactiva e quase entusiasta à vida sustentável.
Este conceito surge na linha de tantos outros como, por exemplo, o “Gymmaxxing”, um termo que se refere ao ato de se dedicar a uma rotina de fitness. Neste caso, a ideia é partilhar conteúdo sobre sustentabilidade não de uma forma negativa ou punitiva, mas mostrando as alternativas e como uma mudança pode trazer benefícios para a vida pessoal e para o planeta.
Entre os exemplos de climatemaxxing estão decisões do dia-a-dia como andar mais de bicicleta, aderir a uma dieta baseada em vegetais, reduzir o consumo de energia em casa ou participar em projectos comunitários de regeneração ambiental.
Estilo de vida ou activismo?
Segundo os defensores desta abordagem, o climatemaxxing procura ultrapassar a narrativa de que agir pelo clima é algo penoso ou limitado ao consumo ético. Em vez disso, promove um estilo de vida alinhado com valores ambientais, mas também com objectivos pessoais: saúde, bem-estar, autonomia, sentido de pertença.
“Se pensarmos em certos comportamentos como estando associados a pontos, então podemos pensar no climatemaxxing como a acumulação do maior número possível de pontos de sustentabilidade”, explica Emma Frances Bloomfield, professora de comunicação da Universidade de Nevada, Las Vegas, ao Grid.
Uma das razões pelas quais o climatemaxxing está a ganhar força é o facto de transformar o comportamento consciente em relação ao clima num desafio. Em vez de se concentrar na redução da pegada de carbono – um termo originalmente promovido pelas empresas petrolíferas para transferir a responsabilidade para os indivíduos – o climatemaxing reformula as ações sustentáveis como oportunidades para ganhar “pontos”, ainda que pontos metafóricos.
A ideia é fazer algo e, ainda que não obrigatório, publicá-lo nas redes sociais, não tanto com a ideia de uma simples partilha mas sim como forma de gerar comunidade e criar uma vontade no outro de fazer uma mudança também.
