O Pacto Português para os Plásticos (PPP), que luta contra os problemas associados à poluição por plástico, lançou o seu terceiro relatório. Há boas notícias, mas também a certeza de que há muito para fazer.
O Pacto Português para o Plástico junta 116 entidades e tem como objetivo potenciar a transição para uma economia circular, “na qual o plástico é considerado um recurso valioso dentro da economia e nunca uma ameaça para o ambiente”, explica em comunicado.
Para atingirem este objetivo, os membros do Pacto comprometeram-se a atingir, até 2025, um conjunto de cinco metas ambiciosas:
1) eliminar os plásticos de utilização única problemáticos e/ou desnecessários;
2) assegurar que 100% das embalagens de plástico colocadas no mercado sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis;
3) garantir que 70% ou mais das embalagens plásticas sejam efetivamente recicladas, através do aumento da recolha e reciclagem;
4) incorporar, em média, 30% de plástico reciclado nas novas embalagens de plástico;
5) promover atividades de sensibilização e educação dirigidas aos consumidores atuais e futuros para a utilização circular dos plásticos.
Será que conseguiram?
O novo relatório acaba de ser divulgado e mostra que, quanto à eliminação dos plásticos de utilização única, mantém-se uma tendência de decréscimo, estando agora nos 2%, quando o objetivo é 0%.
Relativamente à Meta 2, “100% das Embalagens de Plástico são Reutilizáveis, Recicláveis ou Compostáveis”, no que toca à reciclabilidade, os membros do PPP, mantiveram os 57% de embalagens recicláveis em relação a 2021, não tendo havido evolução. Apesar disso, os membros do PPP têm definido roadmaps e estratégias para aumentar a percentagem de reciclabilidade das embalagens de plástico dos seus portefólios, no entanto, estas mudanças exigem tempo até que resultados sejam vistos. Ainda no que toca à àreutilização, em 2022, 6% das embalagens colocadas no mercado pelos Membros do PPP, em média, eram reutilizáveis. Este valor baixou relativamente a 2021, em que o valor foi de 7%.
Quanto à meta 3, “Garantir que 70% ou mais das embalagens plásticas sejam efetivamente recicladas, através do aumento da recolha e reciclagem”, embora tenha havido uma ligeira melhoria, o PPP considera que ainda está distante da meta, com 38% das embalagens recicladas em 2021. “Este valor teve uma ligeira subida, como seria de esperar, pois, em 2020 verificou-se um forte impacto da pandemia COVID-19. No entanto, continuamos ainda bastante longe da meta definida (70%). Para chegarmos a este valor é necessário que cada pessoa em Portugal recicle pelo menos 28 kg de embalagens de plástico por ano, e ainda estamos com cerca de 16 kg”, revela Patrícia Carvalho, Coordenadora do Pacto Português para os Plásticos.
Relativamente à Meta 4, “30% Incorporação, em média, de Plástico Reciclado em Novas Embalagens de Plástico”, em 2022, verificou-se a incorporação de 15%, em média, de plástico reciclado em novas embalagens. “Nesta meta regista-se um crescimento de 36% relativamente a 2021, o que é bastante positivo”, afirma Patrícia Carvalho.
Por último, relativamente à Meta 5, “Sensibilização e Educação dos Consumidores para o Consumo Circular do Plástico”, desde o início tem vindo a ser priorizada a sensibilização e educação do consumidor, através de campanhas nacionais, presença online, masterclasses e participação em eventos. “Destaca-se a campanha “Recicla o Plástico” iniciada em 2022, ainda em vigor. Além disso, foi desenvolvido o programa educativo “Vamos Reinventar o Futuro” para alunos do 2.º ciclo, disponível online, e o Grupo de Trabalho “Materiais Alternativos & Análise de Ciclo de Vida” produziu o guia “Porquê o Plástico?” compilando informações técnicas e científicas sobre os plásticos”, recorda Patrícia Carvalho.
Um projeto além-fronteiras que pretende resolver, desde a origem, os problemas associados à poluição por plástico e promover a economia circular, através do envolvimento da sociedade portuguesa e do desenvolvimento de soluções inovadoras.
Marta Cerqueira é minhota e vegetariana. A sorte é que vive em Lisboa, onde há mais tofu do que sarrabulho. É jornalista há mais de 15 anos, os últimos dos quais a escrever sobre comida e sustentabilidade. Agora, já fora das redações, continua a escrever sempre que pode, seja em revistas, diários, post its, ou na sua página de Instagram, que usa para partilhar uma vida que se divide entre ser mãe-pessoa-foodie-viajante. Ainda assim, criou a Peggada para poder escrever sobre o que não cabe numa revista, num diário, num post it ou no Instagram: um mundo melhor.
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