A falta de opções e os preços elevados são os principais obstáculos apontados por quem procura viajar de forma mais sustentável.
De acordo com a Booking.com, 50% dos turistas dizem não se importar de pagar mais para ter uma experiência ou alojamento com certificação sustentável, fazendo-os sentir que estão a causar um impacto positivo.
Com a inflação, os viajantes deparam-se com o dilema de escolher entre sustentabilidade e gastos: 49% acredita que as opções de viagem mais sustentáveis são demasiado caras e 47% gostaria de receber dicas sobre como viajar de forma mais sustentável com um orçamento limitado.
O relatório “Sustainable Travel Report 2023” da Booking.com concluiu que, em 2023, três quartos dos inquiridos afirmaram querer ir de férias com uma pegada de carbono mais baixa, mas encontraram obstáculos. “Sabemos que existem algumas barreiras que estão a ser enfrentadas. Por isso, embora tenham intenção, há também algo que as impede de o fazer e que são os custos, ou a perceção dos custos. Acham que as opções sustentáveis são demasiado caras e também têm a ideia de que há muito poucas opções para escolher”, referiu Danielle D’Silva, diretora de sustentabilidade da Booking.com, à Euronews, durante a Destination Europe Summit (realizada no mês de junho).
O relatório revela ainda que os viajantes estão a procurar formas mais significativas de gastar o seu dinheiro e a adotar cada vez mais comportamentos de viagem sustentáveis, tais como: desligar o ar condicionado, reutilizar toalhas nos alojamentos, desligar as luzes e os eletrodomésticos dos alojamentos quando não estão, reciclar o lixo e optar por não ter o seu quarto limpo diariamente.
Os turistas de hoje mostram-se mais adeptos de férias autênticas, regenerativas e com o máximo impacto positivo, seja na comunidade local ou na proteção do ambiente, da vida selvagem e dos habitats naturais. Porém, não deixam de apontar a importância de descontos e incentivos económicos para a adoção de escolhas mais ecológicas.
Durante a Destination Europe Summit, Eduardo Santander, diretor executivo da European Travel Commission, também reforçou a procura crescente de turismo sustentável. “As pessoas procuram experiências reais e vemos que o turismo está a mudar de uma forma que se está a tornar quase uma necessidade social (…). Mas também queremos que as pessoas compreendam que o turismo implica uma responsabilidade para com as comunidades locais, os empresários, mas também para consigo próprio, que quer fazer algo que não é apenas bom para si, mas também bom para o ambiente, para a sociedade e para as pessoas à sua volta”.
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