É dia Mundial da Criança e não só. Temos uma receita de bebida de aveia (e há uma razão)
Não sabes o que fazer com a criança lá de casa neste dia especial? Leva-a para a cozinha e ensina-a a ser mais sustentável. 1
De repente, as prateleiras de supermercado estão cheias de opções ao leite de vaca. Mas qual a melhor opção? Depende do objetivo, mas a leitura dos rótulos é fundamental.
Seja por intolerância à lactose, por questões éticas, por vontade de melhorar questões de saúde, ou apenas por gosto pessoal, há cada vez mais pessoas a deixar de lado o leite de vaca usando, como alternativa, as bebidas de base vegetal.
O mercado está atento e, hoje em dia, são dezenas as opções disponíveis e para todos os gostos, desde a soja à aveia, passando pelo coco, arroz, amêndoa, avelã, ervilha ou opções que misturam alguns destes sabores.
Mas, contas feitas aos ingredientes e à forma de produção, serão estas opções mais sustentáveis para a nossa saúde e para a saúde do planeta?
Qual a bebida com menor impacto ambiental?
De acordo com um artigo da revista da BBC Science Focus, utilizando a medida de um copo (200ml), o leite de vaca é a bebida que mais emissões de gases de efeito de estufa liberta para a atmosfera, com 0.63kg. Do outro lado da balança está a bebida de amêndoa, que liberta 0.14kg. No que diz respeito ao uso de solo, o leite de vaca é o mais invasivo, com 1.79m², de terreno, sendo, neste caso, a bebida de arroz que utiliza menos solo por 200ml, com 0.07m². Relativamente aos litros de água gastos na produção, o leite de vaca é novamente o mais alto, com 125.6 litros de água por copo. Já nas bebidas vegetais, a que utiliza menos litros de água para produzir um copo é a bebida de soja, com 5.6l. Importante é notar que, apesar de continuar a utilizar menos água do que o leite de vaca, a bebida de amêndoa consome 74.3 litros de água por copo.
A importância de ler os rótulos
A ciência ainda não encontrou consenso no que diz respeito ao papel que o leite de vaca desempenha na nossa saúde. Muitos estudos apontam para que seja uma importante fonte de cálcio e proteína, outros preocupam-se com o nível de gordura saturada e os potenciais riscos de saúde associados.
Se, por opções de saúde ou preocupação ambiental, o consumo de bebidas vegetais se tornar diário na nossa alimentação, poderá ser importante perceber qual delas será a melhor para o organismo. Ana Isabel Monteiro, nutricionista e autora da página Laranja Lima, explica, num artigo publicado no seu blog, que seja qual for o sabor, o importante é saber analisar o rótulo
Se todas aquelas letras pequeninas te deixam confuso, anota esta dica: é importante que o ingrediente principal (e que aparece primeiro) seja água, seguido do alimento em questão (grãos de soja, aveia, amêndoa, etc.) e ter uma forma de cálcio (carbonato de cálcio, extrato de alga Lithothamnium calcareum, fosfato tricálcico, etc.). Pode ainda ter um pouco de sal marinho.
A presença em mais de 2g (por 100g) de óleo de girassol é de evitar, e de banir é mesmo o açúcar, que muitas vezes aparece sob forma de açúcar de cana, xarope de glicose ou maltodextrina.
No que diz respeito à questão nutricional, a bebida de soja é a que se aproxima mais do perfil nutricional do leite de vaca. Tem 3.2g de proteína por 100g e é a mais equilibrada nutricionalmente, especialmente se não tiver açúcares adicionados e for enriquecida com cálcio.
As bebidas de arroz e de aveia são as mais calóricas, não tendo níveis de proteína muito altos (0.6g e 1.9g por 100g, respetivamente). Ana Isabel Monteiro afirma que podem ser uma boa estratégia para atletas ou pessoas que procurem aumentar de peso – dado o alto fornecimento de hidratos de carbono.
A bebida de coco é, muitas vezes, misturada com arroz ou aveia, pelo que segue as mesmas indicações das anteriores. Já a bebida de amêndoa, não fornece nem energia nem grandes macronutrientes, uma vez que tem apenas 13kcal (por 100g). Todavia, pode ser uma boa opção para quem procura perder peso.
Optar pelo consumo de bebidas vegetais, em detrimento de bebidas de origem animal, traz benefícios consideráveis para o planeta, como também poderá solucionar intolerâncias alimentares. Apresenta benefícios para a saúde, todavia, ainda sobra espaço para melhoria em algumas listas de ingredientes, pelo que é fundamental reunir informação sobre as propriedades nutricionais de cada bebida para que façamos escolhas saudáveis e ponderadas.
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