O European Inventor Award é um dos concursos mais prestigiados na área das
patentes, mas é muito mais do que isso. A Peggada destaca alguns projetos que de
alguma forma respondem a desafios na área da sustentabilidade.
O prémio de inovação European Inventor Award (EIA) celebra a criatividade e a paixão pela descoberta de inventores de qualquer parte do mundo.
O prémio é promovido pelo European Patent Office (EPO) e, apesar de qualquer pessoa poder nomear um inventor, é um júri composto por investigadores (incluindo a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato) que seleciona os projetos finalistas. Esses projetos destacam-se na utilização das competências técnicas, intelectuais e científicas em prol do progresso tecnológico, crescimento económico e melhoria da vida quotidiana.
Os prémios de 2022 já foram entregues e a Peggada destacou aqueles com um foco virado para um futuro sustentável. Na área da Indústria, realçamos dois trabalhos finalistas que se focaram (1) num sistema de pintura de carros revolucionária, sem desperdício de tinta, e (2) em previsões meteorológicas e modelos climáticos de última geração, através de um instrumento por satélite que aumenta a sua fiabilidade.
Na categoria Investigação, o vencedor foi Claude Grison, cujo trabalho consiste na
descontaminação de solos poluídos usando plantas que extraem metais, reutilizando-os como catalisadores em reações químicas. Um painel solar que produz hidrogénio verde a partir do ar e da luz solar também assegurou o seu lugar como finalista neste domínio.
Também países não-europeus podem participar. Neste contexto, destacamos o vencedor canadiano Donald Sadoway, que dedicou o seu trabalho ao desenvolvimento de baterias de metal líquido que armazenam energia renovável (solar e eólica) em grande escala, e o projeto finalista baseado numa nova tecnologia de betão que incentiva a biodiversidade marinha, criando habitats em torno de infra-estruturas, como muros marítimos.
Os engenheiros portugueses Nuno Correia, Carla Gomes e equipa ficaram entre os
finalistas no domínio das Pequenas e Médias Empresas, ao criar um sistema que
permite maximizar a energia solar captada por painéis fotovoltaicos, através de
centrais solares flutuantes que rastreiam o sol por meio da inclinação e rotação da
ilha onde se encontram.
Além das quatro categorias, também foram atribuídos o Popular Prize (ao inventor
que recebe mais votos do público), o Lifetime Achievement e o Young Inventors Prize,
uma novidade na edição deste ano. Este prémio reconhece o poder das gerações mais jovens, premiando pessoas inovadoras com 30 anos ou menos na temática da
sustentabilidade (com base nos 17 ODS das Nações Unidas) – para os 1º, 2º e 3º
lugares, os prémios são 20 mil euros, 10 mil euros e 5 mil euros, respetivamente.
No entanto, o júri não conseguiu decidir um vencedor, então todos os finalistas foram premiados: Rafaella de Bona Gonçalves foi distinguida com o 2º lugar pelo desenvolvimento de pensos e tampões higiénicos biodegradáveis para combater a pobreza menstrual no Brasil, enquanto o 1º prémio foi dividido entre Erin Smith (que
desenvolveu uma aplicação que utiliza vídeo para detetar sinais precoces da doença de Parkinson), e Victor Dewulf e Peter Hedley (pela invenção de uma gestão de resíduos orientada por inteligência artificial que permite uma triagem precisa e rápida dos resíduos).