Pegada de carbono anual do TikTok é provavelmente maior do que a da Grécia, diz estudo
De acordo com um novo estudo, um utilizador médio do TikTok produz 48,49 kg de dióxido de carbono equivalente por ano — isto é o
O conceito de “pegada de carbono” foi popularizado pela empresa petrolífera BP no início da década de 2000, com o objetivo de transferir a responsabilidade da descarbonização para o lado dos consumidores.
De acordo com investigadores do Oxford English Dictionary, este ano assinalam-se os 25 anos desde a primeira utilização registada do termo “pegada de carbono”, numa edição de 1999 da revista “Vegetarian Good Food” da BBC.
Apesar de nos ter ajudado a compreender o nosso impacto no planeta, atribuindo números tangíveis a ações, alguns investigadores ambientais consideram agora que o termo transferiu demasiado a responsabilidade para os indivíduos, sendo necessário exercer mais pressão sobre os decisores políticos e as empresas.
“Politicamente, não conduziu a conclusões corretas sobre as vias nacionais de emissão de carbono. Ainda estamos num mundo em que a redução das emissões de carbono é mais cara e mais trabalhosa do que a simples utilização de combustíveis fósseis. Isso frustra muito as pessoas”, admite à Euronews Antje Boetius, diretor do Instituto Alfred Wegene, centro de investigação. “Muitas vezes, as pessoas ficam surpreendidas quando ouvem que 10% de todas as empresas ou pessoas são responsáveis pela maioria das emissões de carbono”, acrescenta.
Um estudo de 2021 concluiu que, embora a pegada de carbono seja mais conhecida, “é também [o indicador] onde o caos é mais evidente”, uma vez que não tem uma definição e um método de cálculo consistentes. Os especialistas defendem, por isso, a normalização das metodologias e as ferramentas para comparar corretamente a pegada de diferentes produtos e ações, e evitar a confusão e o “greenwashing”.
A “pegada de carbono” foi bastante popularizada junto de grandes empresas petrolíferas. De acordo com o jornalista científico Mark Kaufman, a BP contratou a empresa de relações públicas Ogilvy & Maher para popularizar o termo “pegada de carbono” no início da década de 2000, numa tentativa de transferir o ónus da descarbonização para os consumidores. Em 2004, a BP lançou uma das primeiras calculadoras de pegada de carbono e ainda hoje promove o conceito.
“Penso que as relações públicas da indústria petrolífera têm funcionado muito bem para desviar as pessoas, em vez de as juntar na procura de infraestruturas e soluções socioeconómicas”, refere Antje Boetius.
Alguns investigadores sugerem que as calculadoras da pegada de carbono inibem as pessoas, as empresas e os políticos de tomarem as medidas necessárias para enfrentar as alterações climáticas.
“A pegada de carbono é uma distração; precisamos de uma mudança social generalizada e de uma alteração completa da forma como tudo é feito. As reduções pessoais são importantes, mas a um nível que nos distrai da necessidade de uma mudança completa do sistema”, afirma Tom Bradley, diretor da empresa de consultoria ambiental Decerna, em declarações à Euronews.
Para mudar o sistema, é preciso repensar a forma como medimos as pegadas, diz Mathis Wackernagel, presidente do grupo de reflexão sobre sustentabilidade Global Footprint Network, responsável por desenvolver o “Earth Overshoot Day” (o dia em que a humanidade esgota os recursos naturais que a Terra pode repor num ano) e uma “Ecological Footprint” (a rapidez com que consumimos recursos e geramos resíduos em comparação com a rapidez com que a natureza pode absorver esses resíduos e gerar novos recursos naturais).
“A linguagem da culpabilização não ajuda”, afirma Wackernagel, defendendo uma medida mais abrangente da pegada ecológica e objetivos climáticos centrados em tornar os recursos mais seguros, em vez de se limitarem a reduzir ao mínimo possível as nossas pegadas.
Além disso, os especialistas destacam a necessidade de começarmos a exigir mais ações climáticas aos governos para reduzir as pegadas gigantescas dos maiores poluidores.
De acordo com um novo estudo, um utilizador médio do TikTok produz 48,49 kg de dióxido de carbono equivalente por ano — isto é o
Queres saber mais sobre o impacto que tens no planeta, mas não sabes por onde começar? A Peggada escolheu 4 aplicações gratuitas que te ajudam
O objetivo desta funcionalidade é que os clientes do Santander conheçam, reduzam e compensem a sua pegada de carbono. O Banco Santander lançou uma nova
Este artigo aborda uma ação que promove a adoção de medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. O ODS 13 também pretende melhorar a educação sobre mitigação das mudanças climáticas e redução de impacto.
Esta publicação também está disponível em: English (Inglês)
Para estar a par de tudo o que acontece na área da sustentabilidade, consumo responsável e impacto social.