Novo acordo ambiental poderá ser mais forte que o Acordo de Paris e será juridicamente vinculativo.
O primeiro passo está dado: 173 países, reunidos na sede africana das Nações
Unidas, em Nairobi, Quénia, concordaram em redigir e assinar um tratado vinculativo
para lidar com a crise do desperdício plástico. O novo acordo, que já alguns especialistas apelidam de “Paris Plus”, será o tratado ambiental mais importante desde o Acordo de Paris de 2015.
A ser desenvolvido nos próximos dois anos, este tratado incide sobre a
totalidade do ciclo de vida dos plásticos. Isto significa que irá cobrir não apenas a gestão dos resíduos plásticos, mas também a própria produção e design dos materiais plásticos. Para Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, esta resolução “marca uma conquista para o planeta Terra sobre os plásticos de uso único. É um seguro para estas gerações e para as próximas, para que possam viver com o plástico, mas que não sejam amaldiçoados por ele”.
Várias ONGs expressaram a sua satisfação com esta medida, louvando a mudança de mentalidade dos legisladores, que deixam agora para trás o paradigma da
conceção do plástico apenas como poluente marinho. Porém, apesar deste marco, o
diretor geral do World Wildlife Fund (WWF) alerta: “O nosso trabalho está longe de
estar terminado – os líderes mundiais têm agora de demonstrar mais resolução em
desenvolver e implementar um tratado que incida sobre a crise atual de poluição dos plásticos e permita uma transição eficaz para uma economia circular para o plástico”.
Segundo estimativas da ONU, em 2050, as emissões de gases com efeito de estufa associadas ao ciclo de vida do plástico irão representar 15% do total de emissões permitidas (com base nos objetivos para travar o aquecimento global a 1.5ºC).