Da compostagem à economia circular, os conceitos básicos sobre sustentabilidade estão aqui e vão acabar com as tuas dúvidas.
Dumpster diving, compostagem, economia circular. Estas são expressões que ganharam destaque na comunicação social, nos panfletos, nas conversas do dia a dia. Mas tudo o que vem de repente e em força pode causar equívocos e confusões.
Seja no que diz respeito à sustentabilidade ou outros temas, nunca sabemos tudo e é por isso que pensámos em traçar um glossário para estares mais familiarizado com cada tema dentro deste universo da sustentabilidade.
Esperamos que, aos poucos, cada vez mais palavras novas vão surgindo para atualizar o glossário, sinal de que há cada vez mais esforços a serem feitos para travar as alterações climáticas.
Para já, foca-te nestas palavras e se as transformares em ações, já estás a fazer muito pelo planeta.
Compostagem
De forma simples, a compostagem consiste em colocar resíduos orgânicos dentro de um depósito denominado compostor, para que aí comece o processo de compostagem dos alimentos que dão origem a um fertilizante (ou adubo) rico em nutrientes.
Pode ser feita por quem tem terrenos ou jardins e também por quem não os tem. Nesse caso, pode ser usado um compostor comunitário ou um balde de compostagem colocado em casa e que será útil para as plantas da varanda.
Eis tudo o que pode ir lá para dentro, segundo a “Deco Proteste“: folhas verdes, ervas daninhas sem sementes, flores e plantas (desde que não tratadas com químicos), aparas de relva frescas, restos de vegetais crus e casca de frutas, borras de café, incluindo os filtros, folhas e saquetas de chá. Os chamados resíduos castanhos, como folhas secas ou cascas de batata também são bem vindos.
Com isto em mente, o processo depois é simples: deves fazer como que uma “cama” no fundo do compostor com ramos grossos, ir colocando os resíduos em pequenos pedaços, colocar terra ou composto anterior, colocar camadas de mais resíduos verdes e castanhos e em cada uma humedecer.
Têm sido vários os incentivos à população sobre a compostagem, como é o caso da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha que tem um guia completo sobre o tema. Em Lisboa, o programa Lisboa a Compostar também tem posto muitas famílias em contacto com esta forma de tratar os resíduos.
Biodegradável
“Biodegradável? Fácil. Algo que é biológico e se deteriora naturalmente no ambiente”, dirias tu e não estás totalmente errado.
Mas e se te perguntarmos qual a diferença ente biodegradável, degradável e compostável? Agora complicou, não foi?
Vamos por pontos. Biodegradável é algo que pode ser decomposto por microrganismos vivos, como bactérias ou fungos, até desaparecer por completo — o tempo vai depender de fatores como a localização, a temperatura e a humidade.
Já degradável é tudo o que não necessita desses microrganismos para desaparecer no ambiente.
Compostável é mais fácil depois da explicação anterior: há microrganismos envolvidos no processo e que transforam os resíduos num composto rico em nutrientes.
Dumpster diving
Dumpster diving é uma prática que visa combater o desperdício alimentar. Em Portugal, ficou mais conhecida com Anna Masiello e o vídeo viral do DJ português Van Breda que mostrou a comida, em perfeitas condições, que levou do lixo para casa.
A prática consiste então em percorrer contentores de lixo junto a hipermercados e recolher alimentos que estes deitaram fora simplesmente por terem datas próximas do fim da validade, mas que estão em boas condições para consumo.
rPET
Apesar do nome, não tem nada que ver com animais, ainda que, no final, ajude na sua proteção.
Vamos à explicação: são embalagens que usam uma quantidade significativa de Reciclado Pós-Consumo (RPC) e que estão aptas para acondicionar comida. No fundo, o r que antecede o PET (poliéster termoplástico) indica que a embalagem em questão é feita com plástico reciclado e que pode também ser reciclada.
Economia Circular
Economia é tema que não passa ao lado do governo, mas de certo modo a sustentabilidade também não.
A explicação sobre este conceito é dada no próprio site da República Portuguesa, que indica que economia circular “assenta nos princípios da redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia e assumindo-se como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos”.
A definição vai direta ao ponto, ideal era que na prática também assim fosse. Em parte, é essencial a ação dos consumidores para converter o consumo imediato e descartável de produtos, mas a real eficácia das medidas do governo.
Propostas? Há três no Plano de Ação Nacional, segundo o mesmo site:
- Ações de cariz transversal e de âmbito nacional (ações macro);
- Agendas setoriais, sobretudo para setores mais intensivos no uso de recursos e de cariz exportador (ações meso);
- Agendas regionais, a serem adaptadas às especificidades socioeconómicas de cada região (ações micro).