As farófias do futuro vão ser feitas com uma proteína de ovo produzida a partir da fermentação de fungos. Não acreditas? A prova está neste estudo.
Há ditados que daqui a algum tempo vão deixar de fazer sentido. “Não se fazem omeletes sem ovos” é um deles, porque segundo um novo estudo vai ser possível fazê-las com claras de ovo produzidas em laboratório através de biotecnologia.
Os investigadores do estudo publicado em dezembro de 2021 na revista cientifica “Nature” descobriram uma forma mais amiga do ambiente de obter claras de ovo. Esta nova técnica é capaz de reduzir entre 31% e 55% a emissão de gases com efeito de estufa e evitar em 90% a utilização do solo para obter as claras de ovo das galinhas — bastante usadas na indústria.
O processo inovador consiste em produzir a proteína da clara de ovo, a ovalbumina, com recurso à fermentação por fungos Trichoderma reesei.
“O gene que carrega a ovalbumina é inserido por ferramentas biotecnológicas modernas no fungo, que então produz e secreta a mesma proteína produzida pelas galinhas. A proteína ovalbumina é então separada das células, concentrada e seca para criar um produto funcional final”, explica a investigador Emilia Nordlund, do Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia.
A biotecnologia é a chave para pôr a ideia em prática e apesar de implicar mais eletricidade, os especialistas apontam para o uso de energia renováveis como forma de contornar esse impacto.
A ser posto em prática, significa que as farófias e os pudins de claras vão mudar a receita no futuro para passar a introduzir a ovalbumina e que as toneladas de claras de ovo consumidas todos os anos — só em 2020 foram cerca de 1,6 milhões de toneladas — vão diminuir ou ser substituídas por esta alternativa que pode reduzir até 72% a emissão de gases com efeito de estufa quando a produção estiver ativa e usar fontes de energia de baixo carbono.