A fechar o ano recordamos os 3 eventos que marcaram o debate sobre as alterações climáticas, a sustentabilidade e o clima este ano.
#1 – Derrota histórica da Shell obriga petrolífera a cortar emissões
Em maio deste ano, um tribunal holandês obrigou a Shell a cortar as suas emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030 (comparativamente a 2019). Esta é uma decisão
histórica: é a primeira vez que uma empresa petrolífera é condenada e julgada pelas
suas contribuições nefastas para o clima.
Além de ser uma decisão brutal individual contra a empresa holandesa, esta ação poderá ter implicações mais alargadas. Para Sara Shaw, parte da ONG Amigos da Terra, uma das organizações responsáveis por mover a ação judicial contra a Shell, “esta é uma vitória tremenda para a justiça climática. A nossa esperança é que este veredicto inicie uma onda de batalhas judiciais climáticas contra os grandes poluidores, forçando-os a parar de extrair e queimar combustíveis fósseis”.
A Shell é uma das 10 empresas mais poluentes do planeta e a decisão do tribunal de Haia obriga a petrolífera a cortar emissões ao longo de toda a sua cadeia de produção.
#2 – COP26 mantém objetivo de 1.5ºC vivo e reforça proteção das florestas
Após quatro anos de inatividade, os EUA voltaram à mesa de negociação com ambições climáticas renovadas, alimentando a esperança de que ainda é possível travar o aumento da temperatura média da Terra em 1.5ºC.
No final da Cimeira do Clima da ONU, a China e os EUA comprometeram-se a trabalhar juntos para reduzir as emissões de CO2 e mais de 100 líderes concordaram em
cortar as emissões de metano mundiais em 30% e acabar com a desflorestação e a
degradação dos solos até 2030.
Este último ponto é especialmente importante, uma vez que o acordo cobre mais de 85% das florestas mundiais e conta com ajudas no valor de 16,5 mil milhões de euros.
#3 – Quatro nações da América Latina criam reserva gigante no Pacífico
Em novembro, Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá juntaram esforços para criar
uma das maiores reservas oceânicas do mundo. A criação do Corredor Marinho do
Pacífico Tropical Oriental (CMAR, na sigla inglesa) marca a primeira vez que países que partilham fronteiras marítimas se juntam para criar uma política ambiental pública
comum para essas fronteiras.
Desta forma, este corredor marinho irá ligar as reservas marinhas protegidas destes
países e formar um corredor livre de pesca com 500 mil km2. Além de englobar as
conhecidas ilhas Galápagos e Cocos, esta reserva irá proteger rotas migratórias
importantes de um número variado de espécies, incluindo tartarugas, baleias, tubarões e raias.