A Maersk diz que sim e, por isso, está a investir na WasteFuel, uma start-up da Califórnia que quer substituir o gasóleo marinho convencional dos porta contentores por bio metanol.
A start-up norte-americana WasteFuel pretende produzir bio metanol através de processos de fermentação ou sobreaquecimento de resíduos agrícolas, como as cascas de milho, a palha de trigo e outros.
Apesar de a sua produção custar ainda sete vezes mais do que a extração de metano a partir de combustíveis fósseis, a WasteFuel espera que o custo desça à medida que o bio metanol se posicione como uma alternativa mais sustentável.
Com um potencial de reduzir em 70% a 80% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) comparativamente ao gasóleo marinho, o bio metanol pode ser uma valiosa ajuda na descarbonização do comércio marítimo internacional.
Segundo a Organização Marítima Internacional (OMI), o transporte marítimo internacional é responsável por 3% das emissões globais de CO 2 , sendo a Maersk um dos principais poluidores. No total das suas operações, a maior empresa de transporte de contentores do mundo emite 34 milhões de toneladas de GEE ao ano.
No entanto, esta realidade terá de mudar. A par dos esforços globais, a OMI já se
comprometeu a reduzir em 50% as emissões do setor até metade do século, esperando atingir a descarbonização total em 2100.
Esta recente aposta da gigante dinamarquesa é um dos esforços para alcançar esse
objetivo, aos quais se juntam os 1,4 mil milhões de dólares que já investiu em navios e
soluções à base de metanol. Recentemente, a empresa encomendou 8 navios de
contentores propulsionados a metanol, que deverão começar a operar em 2024.