A conferência sobre as Alterações Climáticas é fundamental, principalmente depois de ter sido adiada um ano. Fica a saber tudo o que vai estar em cima da mesa na COP26.
Começa este domingo, 31 de outubro, a 26.ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. Uma descrição comprida que pode ser explicada em poucas palavras: líderes de todo o mundo vão debater sobre o estado do planeta.
Aliás, mais do que debater, o objetivo da conferência que decorre este ano até 12 de novembro é encontrar soluções para combater as alterações climáticas, que são cada vez mais notórias.
A COP26 não é mais importante do que nenhuma das anteriores — há vários anos que é urgente pôr um travão no aquecimento global, prevendo-se que a temperatura do planeta aumente 1,5°C até 2030, de acordo com um relatório recente das Nações Unidas —, mas é a primeira após o Acordo de Paris e acontece depois de um ano marcado por fortes inundações na Europa Central, como na Alemanha e na Bélgica, ou pelo calor extremo nos Estados Unidos e Canadá.
Mais do que nunca, a atenção está virada para os líderes mundiais que vão reunir-se na COP26, em Glasgow, na Escócia.
Na conferência, entre outras ações, serão, finalmente, definidas as regras do Artigo 6.º do Acordo de Paris, referente aos mercados de carbono. Esta norma pretende que os 200 assinantes do acordo estabelecido em 2015 diminuam as “emissões de gases com efeito de estufa” e apoiem “o desenvolvimento sustentável”.
Apesar de os países que mais emitem gases com efeito de estufa já terem anunciado que não estarão presentes (os presidentes da Rússia, Brasil e China), estarão outros igualmente relevantes: o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e a chanceler alemã, Angela Merkel .
O que esperar da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que chega finalmente após ter sido adiada devido à pandemia? Chegar a acordo em pelo menos quatro temas de combate às alterações climáticas de que falamos de seguida. A conferência, que decorre 31 de outubro e 12 de novembro, é “a última melhor oportunidade do mundo” para controlar o clima, diz organização ambientalista Greenpeace.
Vejamos o que pode sair da COP26.
1. Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa
Para cumprir com o objetivo, os países devem “acelerar a eliminação do carvão, reduzir o desmatamento, acelerar a mudança para veículos elétricos, incentivar o investimento em energias renováveis”, refere a COP26.
2. Proteger as comunidades e os habitats naturais
É um facto que por segundo são emitidas 1.075 toneladas de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera e perdem-se 8 mil metros quadrados de cobertura arbórea, de acordo com o jornal “Público“.
Contudo, ainda é possível reverter o mal que andamos a fazer ao planeta, se for feita uma aposta na proteção e regeneração dos ecossistemas e se forem construídas “defesas, sistemas de alerta, infra-estruturas resilientes e agricultura para evitar a perda de casas, de meios de subsistência e mesmo de vidas”, dizem os objetivos da COP26.
3. Obter financiamento de países desenvolvidos
A China e os EUA são dois dos maiores emissores de CO2, segundo o projeto internacional Atlas Global do Carbono, e também países desenvolvidos que podem contribuir para as mudanças que vão estar na mesa da Cimeira do Clima.
Obter financiamento de instituições financeiras internacionais para atuar contra as alterações climáticas é mais um objetivo da conferência.
4. Fechar o Acordo de Paris e conseguir cumprir com as metas
O Acordo de Paris foi assinado por 200 países em 2015 e seis anos depois é altura de cada um atualizar a contribuição sobre a redução das emissões de gases com efeito de estufa, cujo objetivo é evitar que o planeta aqueça mais de 1,5ºC acima dos valores da era pré-industrial.
A atualização é particularmente essencial pelo facto de apenas um país cumprir com essa meta: a Gâmbia, em África, de acordo com o o índice Climate Action Tracker (CAT). É altura de fazer com que mais alcancem a meta.