Nem todos os plásticos estão à vista e este estudo mostra isso mesmo. Do carapau às lambujinhas, podes estar a comer microplásticos sem saber.
Das cinco espécies portuguesas de pescado estudadas pelo Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), a NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA e a Universidade de Coimbra, em todas foram encontrados microplásticos. A investigação contou com peixes recolhidos de várias zonas do País — desde Sesimbra, passando por Porto Covo, até ao estuário do Sado.
Carapau, cavala, mexilhões, lambujinhas e minhocão — espécies que fazem habitualmente parte da mesa dos portugueses — são as cinco que provam a “omnipresença da poluição por microplásticos”, com impacto no habitat dos animais.
O estudo mostra ainda consequências negativas para a saúde dos portugueses.
“A presença e acumulação de microplásticos em espécies de consumo humano pode representar uma via de ingestão e acumulação desses microplásticos no próprio ser humano, que poderá ter impactes ao nível da nossa saúde devido aos efeitos dos tóxicos associados aos plásticos”, explica João Pequeno, investigador da FCT NOVA.
O estudo pretende não só alertar para os perigos da injestão de microplásticos, como motivar a adoção de medidas de combate à poluição e uso de plásticos.
“É necessário adotar políticas e medidas mais ambiciosas em relação à diminuição da produção e consumo de plástico, aumentar a taxa de reciclagem e incentivar boas práticas na indústria e no consumidor, apostando numa economia circular e em alternativas com menos impacto que o plástico”, remata João Pequeno.