Projeto Gigantes Verdes é um dos vencedores do Programa EDP Energia Solidária e, com esse reconhecimento, vai expandir-se para dez novos concelhos, onde serão feitos esforços pioneiros para mapear e proteger árvores de grande porte através da participação das comunidades locais.
O Projeto Gigantes Verdes foi um dos vencedores do Programa EDP Energia Solidária, o que permitirá expandir os seus esforços de mapeamento e conservação das árvores de grande porte a dez concelhos pioneiros, envolvendo as comunidades locais em iniciativas de ciência cidadã e preservação ambiental.
O projeto, co-gerido pela VERDE — Associação para a Conservação Integrada da Natureza desde 2021, destaca-se por envolver as comunidades locais na proteção das chamadas Gigantes Verdes – árvores com mais de 1,5 metros de perímetro de tronco medidos a 1,3 metros do solo, que suportam inúmeros habitats de espécies ameaçadas e são vitais na mitigação dos efeitos das alterações climáticas, sequestrando grandes quantidades de carbono.
Só em Lousada, município onde o projeto começou, “é estimada a perda de 2% destas árvores anualmente, principalmente por ações que valorizam mais estas árvores quando são cortadas, como a urbanização, intensificação agrícola ou a extração de recursos florestais”, refere a associação em comunicado.
A iniciativa será agora lançada na Região do Vale do Sousa (com a ajuda da Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa – ADERSOUSA), nas Serras do Porto e em municípios pioneiros no distrito da Guarda. Ao todo, abrangerá os concelhos de Penafiel, Paredes, Valongo, Gondomar, Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira, Seia, Manteigas, Fornos de Algodres e Sabugal.
“Embora regiões muito distintas, estas enfrentam desafios sociais e económicos diferentes que impactam a gestão do território e da biodiversidade florestal”, explica a Associação VERDE.
O Programa EDP Energia Solidária, lançado pela Fundação EDP, destina-se a projetos sociais com impacto na transição energética justa e na proteção do património natural. Com o seu apoio, num valor a rondar os 100.000€, a Associação VERDE conseguirá expandir a sua atuação, capacitando Embaixadores de Gigantes Verdes: jovens, técnicos municipais e naturalistas, para mapear e caracterizar Gigantes Verdes e dinamizar ações de valorização do património natural.
Segundo a nota de imprensa, o objetivo passa por capacitar pelo menos 100 embaixadores, dinamizar três caminhadas abertas ao público em cada concelho e assim mapear cerca de 7500 Gigantes Verdes ao longo de 12 meses. A longo prazo, a associação espera alargar o projeto ao resto do território nacional, mostrando-se recetiva a propostas de colaboração para expansão.
“É um grande passo para a valorização e consequente conservação das árvores de grande porte em Portugal,” afirmou João Gonçalo Soutinho, Presidente da Associação VERDE. “O Projeto Gigantes Verdes começou comigo a caminhar todo o concelho de Lousada a pé para mapear árvores gigantes. Depois de compreender as pressões que estas enfrentam, fundámos a VERDE para implementar um conjunto de dinâmicas que funcionaram paralelamente com as ações que o município implementou”
E lembra: “Não há assim tantas iniciativas ou leis que permitam salvaguardar as árvores de grande porte ou a floresta nativa. Quanto maiores e mais antigas forem as árvores, maiores são os benefícios que nos oferecem em termos de ecossistema. Este apoio vai permitir expandir o nosso trabalho e envolver mais comunidades na preservação e gestão consciente das suas árvores, criando dinâmicas locais de empoderamento e valorização do património natural”.
Assim as comunidades locais serão capacitadas para valorizar o seu património natural e criar dinâmicas de valorização. Estas podem passar pela identificação de áreas prioritárias para a conservação, mas também pela criação de novas oportunidades de desenvolvimento social e económico em torno do património natural.
As pessoas interessadas em saber mais e participar no projeto Gigantes Verdes devem preencher o Formulário Embaixador de Gigantes Verdes. Esta é uma oportunidade para participar no mapeamento de árvores de grande porte, receber formação especializada e ter acesso ao mapa partilhado da Associação VERDE, onde é possível marcar as árvores no dia-a-dia.
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