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A campanha “Going Car Free”, no Reino Unido, incentiva os condutores a trocar o carro por uma opção mais sustentável, a falar sobre o desafio com os amigos e família e até mesmo a escrever sobre ruas amigas das pessoas às suas câmaras municipais.
Os condutores do Reino Unido que deixarem de usar o seu automóvel no mês de junho poderão poupar cerca de 150 euros pelo seu esforço e até ganhar um prémio.
O desafio foi proposto pela campanha “Going Car Free” promovida pela Possible, uma instituição de caridade britânica para a ação climática, para incentivar um mês de viagens amigas do ambiente, não implicando necessariamente a sua interrupção total – um mês de viagens amigas do ambiente pode significar a troca das deslocações diárias de carro ou da escola por um autocarro ou uma bicicleta, ou o compromisso de um dia ou uma semana sem carros.
“Este desafio tem como objetivo mostrar às pessoas de todo o país (ou mesmo do mundo) que passar sem carro já é possível com um pouco de iniciativa em locais que já têm transportes públicos decentes e percursos para andar a pé e de bicicleta”, refere Izzy Romilly, responsável pela campanha de transportes sustentáveis da Possible à Euronews.
Para participar, os interessados devem inscrever-se no site da Possible, ficando automaticamente incluídos no sorteio de prémios (ainda por divulgar) se o fizerem antes de 24 de junho.
Todas as semanas são sugeridas etapas adicionais, como trocar uma viagem regular de carro por uma opção sem carro, falar sobre o desafio com os amigos e família ou escrever sobre a necessidade de criar ruas amigas das pessoas à câmara municipal. Por cada marco extra alcançado, é oferecida uma entrada extra no sorteio, aumentando as hipóteses de ganhar.
Os participantes receberão regularmente e-mails com tudo o que possam precisar, incluindo recursos, sugestões e histórias inspiradoras de pessoas que participaram na experiência “Going Car Free”, realizada em março deste ano. Nesta experiência, 12 participantes foram desafiados a ficar totalmente sem carro durante três semanas e a experimentar diferentes formas de se deslocarem no local onde vivem, em Oxford, Inglaterra.
Um ensaio semelhante organizado pela Possible em 2022 permitiu aos participantes poupar até 30 libras (35 euros) por semana, em média. Em conjunto, conseguiram poupar cerca de 374 kg de carbono e passar mais tempo ao ar livre e na natureza, o que teve um impacto positivo no seu bem-estar. Das dezenas de pessoas que participaram no ensaio, dez admitiram que estavam a planear reduzir a utilização do carro.
Os transportes são responsáveis por produzir mais de um quarto das emissões de carbono do Reino Unido, sendo os automóveis particulares o maior contribuinte. De acordo com uma análise recente do grupo de ativistas da UE Transport & Environment (T&E), os automóveis a gasolina e a gasóleo representam 40% das emissões dos transportes, e estão em vias de representar quase metade das emissões de gases com efeito de estufa da Europa até 2030.
De acordo com Romilly, este tipo de experiência “não é um conceito novo e o Reino Unido só precisa de olhar para os seus homólogos na Europa para ver que é possível”, quer sejam esquemas para reduzir o custo dos transportes públicos – que levam a um lançamento generalizado de bicicletas e e-bikes -, ou para aumentar as ciclovias, que reduzem o número de carros no centro das cidades.
“Pontevedra, em Espanha, baniu os carros do centro da cidade no início dos anos 2000, enquanto os bairros com pouco tráfego e as ruas com 32 km/h são comuns em muitas cidades da Alemanha. Várias cidades europeias, incluindo Paris, Bruxelas, Copenhaga, Berlim e Amesterdão, têm um dia anual sem carros, permitindo que os peões e os ciclistas se desloquem livremente pelas capitais sem se preocuparem com os carros”, exemplifica a responsável pela campanha .
Romilly afirma que a campanha pretende “colmatar o fosso” entre o Reino Unido e os países europeus mais progressistas, pelo menos “até que os políticos façam o que tem de ser feito” para remover as barreiras existentes para reduzir a utilização do automóvel.
Até agora, centenas de pessoas já se inscreveram no desafio de junho.
Podia ter entrado em Meteorologia e Oceanografia, mas acabou por estudar Comunicação. E ainda bem, porque se não acertam nas previsões, não era ela que iria mudar isso. Começou por procurar ideias e projetos sustentáveis para a universidade e desde aí, nunca mais parou (quem é que para realmente?). Adora ver séries, mas vê poucas porque é uma pessoa difícil. Já para abraçar novos hábitos e desafios mais “verdes”, não precisa de muito para a convencer.
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