Chefs on Fire. Neste festival, os restos de comida transformam-se em energia
Vem aí mais uma edição do Chefs on Fire, um dos mais importantes festivais gastronómicos do país. Às ações de sustentabilidade que já tinham começado
Sabemos que, tal como nós, existem centenas de outros projetos a querer fazer mais pelo planeta. Fomos ter com eles para saber mais sobre o que os move e o que podemos deles esperar. Uma vez por semana, uma startup, uma entrevista, cinco perguntas.
Falamos com o Gonçalo Costa, fundador da The Cricket Farming CO, uma startup dedicada à produção de grilos para alimentação humana e animal.
Os grilos alimentam-se de restos vegetais das agro-indústrias, reduzindo o desperdício alimentar ao longo da cadeia de valor e reintroduzindo valor a esta cadeia sob a forma duma opção saudável e rica nutricionalmente.
Que problema vem resolver a tua startup?
A The Cricket Farming CO. é uma empresa que se insere no mercado emergente dos insectos comestíveis para alimentação humana, com produção de grilos 100% portugueses. É cada vez mais evidente a procura por alternativas proteicas que sejam mais sustentáveis do que as escolhas actuais no mercado, como porco ou vaca. Os nossos grilos alimentam-se alegre e eficientemente de restos vegetais das agro-indústrias, reduzindo o desperdício alimentar ao longo da cadeia de valor e reintroduzindo valor a esta cadeia sob a forma duma opção saudável, com perfil nutricional riquíssimo, e que consomem muitos poucos recursos como água, terra agrícola e comida.
Em que países estão presentes?
De momento estamos presentes em Portugal, contudo temos uma linha de produtos destinada para o Japão, ainda em preparação.
Porquê a área da sustentabilidade para começar um negócio?
Para mim é o passo lógico, visto que a minha formação base é em Biologia e sempre estive rodeado de insectos e plantas. No momento, estou na Comunidade Lidera, na qual posso partilhar e discutir ideias sobre sustentabilidade aplicada às empresas. Também não posso deixar de referir os meus sócios que acreditaram e elevaram da ideia à realidade, um obrigado ao José Gonçalves e à Sandra Sousa.
Quais os maiores obstáculos de trabalhar nesta área?
É quase como remar contra a maré e desmistificar tudo ao que fomos expostos ao longo destes anos. Sei que é uma ideia pioneira e é necessário pensar em estratégias para combater a repulsa de comer insectos – pois se formos a ver as gambas são gafanhotos glorificados, que nadam, e que até estamos dispostos a pagar uma nota preta. Outro obstáculo seria a legislação, ainda embrionária no que toca à produção, transformação e comercialização de insectos comestíveis, acompanhado desconhecimento geral das autoridades competentes e técnicos sobre este tópico extremamente recente.Também não poderia deixar de referir o relativo receio de entidades financiadoras e programas de startup de investirem em soluções no sector primário.
Qual a conquista que de que mais te orgulhas enquanto líder desta startup?
Sem dúvida, atrair pessoas para o projecto que acreditam tanto quanto eu na ideia e que são líderes comigo neste projecto. Também não posso deixar de referir a nossa colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian que iremos ouvir nos próximos tempos.
Qual o próximo passo?
O próximo passo – e também um desafio gargantuano – será construir uma unidade industrial de produção de grilos, na região de Leiria.
Vem aí mais uma edição do Chefs on Fire, um dos mais importantes festivais gastronómicos do país. Às ações de sustentabilidade que já tinham começado
O Grupo LEGO pretende fabricar produtos a partir de materiais 100% renováveis e reciclados até 2032, tendo já testado mais de 600 materiais alternativos diferentes.
Segundo um relatório da Agência Europeia do Ambiente, Faro e Funchal estão entre as dez cidades da Europa com melhor qualidade do ar e menor
Esta publicação também está disponível em: English (Inglês)
Para estar a par de tudo o que acontece na área da sustentabilidade, consumo responsável e impacto social.