A startup portuguesa Smartex arrecadou o cobiçado prémio do concurso Pitch, no último dia da Web Summit. De entre 75 empresas a concorrer, a Smartex for a mais votada pelo júri e a segunda mais votada pelo público (42% dos votos).
Esta empresa, que conta já com presença em Portugal, EUA e China, pretende tornar o setor têxtil mais sustentável. Para isso, desenvolveu sensores e câmaras que detetam defeitos nos tecidos desde o momento da tecelagem, permitindo reduzir o desperdício têxtil a quase 0%.
Atualmente, a indústria têxtil é a segunda maior poluente do mundo e 30% da sua produção acaba por ser desperdiçada, 5% devido a defeitos na produção. Este número deriva, em parte, do facto de a inspeção dos tecidos estar ainda dependente da ação humana.
Para o fundador da startup, António Rocha, os processos de inspeção atuais falham muito, uma vez que implicam colocar pessoas a olhar para os tecidos para detetar “defeitos minúsculos que o olho humano dificilmente vê”. Já o método da Smartex, apoiado por um software de inteligência artificial, praticamente não regista erros, reduzindo o desperdício têxtil a valores quase nulos. Graças a esta solução engenhosa, em 2021 a empresa conseguiu poupar 7,5 milhões de litros de água e 67 mil kg de tecido. O objetivo passa agora por expandir para outras indústrias com problemas semelhantes, como a do papel e do plástico.