Quase que parece uma esplanada, mas não é, até porque não é preciso pedir um café nem uma torrada para ter direito a sentar. Os parklets são públicos, disponíveis 24 horas por dia e pretendem dar um espaço à população que, nas últimas décadas, foi roubado para estacionamento. O conceito nasceu em San Francisco, nos Estados Unidos, e acaba agora de chegar a Lisboa.
Ana Pereira é uma das cabeças do projeto Bicicultura, plataforma para a promoção e educação para a mobilidade em bicicleta e de onde saiu esta ideia de devolver à cidade pequenos espaços onde, até agora, só cabiam carros.
À Peggada, Ana explica que estes parklets, a que deram o nome de Sparqs, têm como objetivo “pegar no espaço público que, nas últimas décadas, foi alocado ao estacionamento automóvel e transformá-lo num espaço onde possam estacionar carros, mas também pessoas, árvores, flores e tudo aquilo que faz da rua um espaço mais acessível à população”.
Esta quinta-feira, dia 23 de abril, foram inaugurados os dois primeiros Sparqs de Lisboa, num projeto piloto que conta ainda com mais cinco parklets: quatro em Campolide e um no Beato, a inaugurar em maio.
Nos de Arroios, há bancos, relva artificial, plantas e uma barreira para prender bicicletas, mas a ideia é que a população seja ouvida para que cada parklet responda às necessidades de cada freguesia.
“A beleza de um parklet é mesmo tirar o lugar de um carro e aí ter quatro bicicletas estacionadas mais bancos para as pessoas sentarem ou espaço para as crianças brincarem”, refere ainda Ana Pereira.
Para o avanço do projeto, a plataforma Bicicultura contou com financiamento de fundo ambiental e o apoio das juntas de freguesia e da empresa de mobiliário urbano VECO Urban Design.