A Reshape Ceramics ajuda à inserção de ex-reclusos através das produção de peças de cerâmica. Querem mostrar à sociedade o talento que temos nas nossas prisões.
A Reshape Ceramics é um projeto social que oferece formação e emprego a pessoas da comunidade prisional. Na prática, dão formação a grupos de reclusos para que aprendam a produzir peças de cerâmica. Não só ganham uma aptidão durante os anos de pena, como têm neste projeto um apoio para um reiniciar de vida em liberdade.
“Gostamos de repetir esta máxima: nós não contratamos pessoas para fazer cerâmica, mas sim fazemos cerâmica para contratar pessoas”, diz Inês Tavares, gestora do projeto, em entrevista à Peggada.
A produção é de peças utilitárias — loiça para a mesa, acessórios para a casa-de-banho e velas. “Todas as nossas peças são pensadas de modo a serem bonitas, simples, com qualidade e resistência e úteis. Queremos que quando alguém vá a casa de um dos nossos clientes pergunte pela taça que está a ser usada ou a saboneteira na casa-de-banho, porque queremos que este tema seja discutido”, acrescenta.
Todas as peças são feitas à mão, com técnicas artesanais e da forma mais sustentável possível.
O projeto conta com uma oficina dentro do Estabelecimento Prisional de Caxias e um atelier em Arroios, através das quais dão trabalho a pessoas que estão em situação de reclusão, acompanhando-as na sua transição para a liberdade, sendo que algumas conseguem também contratar cá fora como um emprego de transição. “Acreditamos que o empoderamento destas pessoas e a utilização deste tempo para reabilitar e não punir é a melhor forma de diminuir a reincidência criminal, diminuindo o crime, a despesa pública e ajudando a quebrar ciclos de violência e pobreza”, refere a responsável.
A Reshape Ceramics é um projeto da RESHAPE – que tem como missão garantir a reinserção digna de todas as pessoas que estão ou estiveram presas.
Tudo começa com um programa de formação de competências pessoais dentro do Estabelecimento Prisional (EP), nos quais são formação a turmas de 20 pessoas. Destas, as que demostram interesse em ter trabalho na oficina são entrevistadas sendo que os requisitos obrigatórios são: saber falar e escrever português; querer viver na zona de Lisboa após-libertação (para ser possível a continuação do apoio); ter uma data prevista de saída de menos de 2 anos (preferencial).
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