Albergaria-a-Velha salva 300 quilos de alimentos do lixo
Albergaria-a-Velha tem vindo a trabalhar no sentido de ser um município mais verde. Desta vez, pôs em marcha uma campanha para a redução do desperdício
Sabemos que, tal como nós, existem centenas de outros projetos a querer fazer mais pelo planeta. Fomos ter com eles para saber mais sobre o que os move e o que podemos deles esperar. Um projeto, uma entrevista, cinco perguntas.
Talvez nunca tenhas pensado neste problema. A sorte é que elas sim. Cristiana, Mariana e Sara criaram a IMA – Inventário de Materiais de Apoio, para pôr a circular os materiais usados em museus e que acabam descartados depois de uma curta utilização.
Os materiais de apoio museográfico são objetos que auxiliam as obras em exposição. Falamos aqui de iluminação, materiais audiovisuais, molduras, plintos e vitrines. Com a IMA, é criado um fluxo circular que permite a sua reutilização por outros museus, a sua transformação para outros fins e/ou a sua reciclagem por outros setores económicos.
Tens um parágrafo para nos apresentares o teu projeto. Força!
Após a consciencialização da realidade museológica no que diz respeito aos materiais de apoio expositivos (molduras, vitrines, plintos, material audiovisual, etc), entendemos a necessidade de tomar medidas para uma melhor gestão destes materiais, de modo a promover a sua reutilização. Avançámos com este projeto que visa o desenvolvimento de uma plataforma digital onde será gerido o inventário de materiais de apoio das entidades museológicas ou outros que adiram aos nossos serviços. O IMA – Inventário de Materiais de Apoio, torna-se inovador pelo foco sustentável que é dado a estes materiais com acesso a uma melhor gestão e partilha entre museus.
Que lacuna no mercado o teu projeto vem resolver?
Verificámos que nos nossos museus nacionais existe uma lacuna nos recursos humanos e económicos, que resulta na indisponibilidade de tempo laboral para esta gestão, assim como de um sistema mais automatizado. Desta forma, o conjunto destes desafios cria uma barreira à presença da consciência sustentável nos museus.
O nosso projeto visa colmatar a lacuna existente na gestão e, por sua vez, reutilização de materiais de apoio museográfico.
De que forma é que o teu projeto está a fazer algo mais na área da sustentabilidade?
O IMA é um projeto que incorpora o conceito de economia circular, que se baseia na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais. Isto significa que, em vez dos materiais de apoio museográfico chegarem ao “fim-de-vida” após uma ou duas exposições, é criado um fluxo circular que permite a sua reutilização por outros museus, a sua transformação para outros fins e/ ou a sua reciclagem por outros setores económicos Assim, o ciclo de vida dos materiais é prolongado e a produção excessiva é reduzida.
Quais os maiores obstáculos de trabalhar nesta área?
Enquanto três jovens a entrar agora no mercado de trabalho, sentimos que a maior dificuldade será a mudança de mentalidades, pela necessidade de rutura dos métodos de trabalho pouco automatizados. Também poderá ser um desafio implementar práticas mais sustentáveis nos Museus, tendo em conta que a consciência ambiental não é uma prioridade nos desafios do dia-a-dia dos museus.
Qual a conquista que de que mais te orgulhas enquanto líder deste projeto?
Na verdade, orgulhamo-nos de todo o nosso crescimento até agora. Desde a apresentação do projeto IMA no IV Congresso Ibero-Americano: Práticas Sustentáveis no Património, onde possibilitou validar a ideia, através do feedback positivo e construtivo de diferentes entidades museológicas. Até à premiação com o terceiro lugar do Prémio Melhor Ideia de Negócio: Go Green Go Social em parceria com a Nova FCSH e o Santander X.
O que nos deixa realmente orgulhosas é sabermos que estamos cada dia um passo mais perto de tornar os nossos museus mais verdes.
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