O El Corte Inglés e a To Be Green, spin-off da Universidade do Minho, uniram esforços para, numa parceria inédita, produzirem 300 novos artigos com o têxtil reciclado.
Para muitos, o El Corte Inglés é sinónimo de moda. Afinal, falamos de uma das empresas de retalho com mais notoriedade na Península Ibérica. Agora, e com o objetivo de dar aos clientes a oportunidade de se aproximarem do conceito de economia-circular, a empresa avançou com um projeto que dá uma nova vida a roupa usada.
Os clientes podem agora deixar as suas roupas e outros têxteis num contentor próprio para o efeito, que se encontra no Espaço Resíduo 0, no piso -1 nos Grandes Armazéns de Lisboa, e no piso –2, na Loja de Vila Nova de Gaia. Essas peças são depois entregues à To Be Green, que faz a coordenação de todo o processo junto da indústria têxtil nacional. Numa primeira fase, é preciso eliminar todos os componentes que não podem ser reciclados, como botões e fechos. Depois, passamos à destruição do têxtil, que gera a base que servirá para a produção de novo fio. Só aí é que se começa a produzir o novo têxtil.
No âmbito do projeto foi celebrado um ao acordo de colaboração entre o El Corte Inglés e a Universidade do Minho, para realização de um concurso de Eco design, dirigido aos alunos de último ano do curso de Design e Marketing Moda, para produção de proposta/maquete dos aventais que serão produzidos a partir do têxtil reciclado e futuramente utilizados pelas equipas de restauração do El Corte Inglés.
Este projeto piloto tem como objetivo produzir, a partir de 500 kg de têxtil recolhido junto dos clientes das lojas de Lisboa e Vila Nova de Gaia, 300 aventais e 300 mantas, que serão doadas a parceiros sociais. Integram este projeto várias empresas da Setor Têxtil e Vestuário (STV) portuguesas, e também, o CITEVE, enquanto centro tecnológico e de investigação para análise de qualidade da matéria reciclada.
Para Vasco Marques Pinto, responsável de Sustentabilidade do El Corte Inglés Portugal, este projeto confirma o compromisso do El Corte Inglés com a sustentabilidade e a intenção de caminhar continuamente em direção às melhores práticas. “Em 2022 e 2023 investimos em projetos de economia circular que promovem o combate ao desperdício alimentar, e havia internamente, a intenção de concretizar um novo projeto, direcionado para a área têxtil. Foi neste contexto, que após alguns meses de análise e investigação, decidimos avançar com este projeto que oferece aos nossos clientes a oportunidade de darem o melhor destino a têxteis que tenham em suas casas e que não lhes deem uso. Esta é a nossa proposta e com ela assumimos o compromisso de dar uma nova vida aos têxteis que nos forem confiados”, refere.
Esta não é a primeira vez que o El Corte Inglés aposta em projetos de Economia Circular. Em 2022 lançou a “É uma Cerveja”, uma cerveja artesanal feita a partir das sobras de pão das padarias El Corte Inglés e que está à venda nos Supermercados El Corte Inglés e nos restaurantes da Associação CRESCER, que se dedica à empregabilidade de pessoas em situação de sem-abrigo. Parte das receitas reverte para a associação. Em 2023, o El Corte Inglés lançou o “É um Sorvete” em parceria com a gelataria Nannarella, que criou um sorvete feito a partir de frutas maduras e “menos atraentes” dos Supermercados El Corte Inglés. Também este produto está à venda no El Corte Inglés e Nannarella e parte das receitas reverte para a Associação CRESCER.
Marta Cerqueira é minhota e vegetariana. A sorte é que vive em Lisboa, onde há mais tofu do que sarrabulho. É jornalista há mais de 15 anos, os últimos dos quais a escrever sobre comida e sustentabilidade. Agora, já fora das redações, continua a escrever sempre que pode, seja em revistas, diários, post its, ou na sua página de Instagram, que usa para partilhar uma vida que se divide entre ser mãe-pessoa-foodie-viajante. Ainda assim, criou a Peggada para poder escrever sobre o que não cabe numa revista, num diário, num post it ou no Instagram: um mundo melhor.
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