No El Corte Inglés, a roupa usada ganha uma nova vida
09/10/2024
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A Fashion Revolution Week arranca para dias que se enchem de talks, palestras, mercados de trocas e muitas ideias trocadas sobre a indústria da moda.
No ano em que se celebra a revolução de uma forma especial, a Fashion Revolution Week traz uma edição que serve para reflectir sobre o que significa ser-se revolucionário através do que escolhemos vestir.
A Peggada falou com Daniela Guerreiro, uma das muitas voluntárias que, ao longo dos anos, passam pelo projeto, com um objetivo: “Mostrar que é urgente fazer uma transformação no sistema da moda”, refere.
Daniela colabora com o movimento desde 2019 e garante que se tem vindo a assistir a uma mudança. “Não só temos uma legislação cada vez mais apertada para a indústria — veha-se, por exemplo, a nova lei que limita o greenwashing — como vemos, a cada ano, os eventos mais cheios e cada mais pessoas interessadas em saber mais sobre a indústria da moda”, acrescenta.
O programa arranca esta terça-feira, dia 16, com a inauguração da exposição “A pele que escolhemos”, que explora o vestuário além da sua função meramente utilitária e convida os visitantes a refletirem sobre o valor crucial do vestuário na construção da nossa narrativa pessoal e colectiva.
A exposição acontece no Museu do Traje, em Lisboa, tal como todos os eventos desta semana, nomeadamente a talk “Quanto vale o que me toca”, dia 17 de abril às 17h30, sobre o valor do que vestimos. Esta é uma conversa em dois momentos — o primeiro dedicado a quem cria e o segundo a quem se veste.
Dia 24, às 17h30, haverá outra conversa, desta vez com o tema “As ditaduras da moda”. “Vamos falar sobre dress code, sobre quem produz mesmo sabendo que não vai vender ou sobre o facto de comprares uma peça de roupa não por gostares realmente, mas porque algo te foi incutido”, explica Daniela Guerreiro.
Dia 20 de manhã haverá uma tertúlia sobre livros de moda e de tarde acontece o Mercado de Trocas. Para participar basta levar cinco peças de roupa em boas condições, para que as possas trocar por peças que outras pessoas levarão.
Todos os eventos acontecem no Museu do Traje e podes acompanhar os pormenores desta semana através do Instagram da Fashion Revolution Week Portugal.
Marta Cerqueira é minhota e vegetariana. A sorte é que vive em Lisboa, onde há mais tofu do que sarrabulho. É jornalista há mais de 15 anos, os últimos dos quais a escrever sobre comida e sustentabilidade. Agora, já fora das redações, continua a escrever sempre que pode, seja em revistas, diários, post its, ou na sua página de Instagram, que usa para partilhar uma vida que se divide entre ser mãe-pessoa-foodie-viajante. Ainda assim, criou a Peggada para poder escrever sobre o que não cabe numa revista, num diário, num post it ou no Instagram: um mundo melhor.
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