Quem já passou um inverno em Portugal sabe que o país, apesar das temperaturas baixas que atinge nesses meses, não está preparado para manter a população confortável. As casas são frias e húmidas e as contas de eletricidade disparam para aqueles que apostam em equipamentos que mantenham as temperaturas suportáveis dentro de casa.
Cerca de 1,2 milhões de famílias gastam mais de 10% do rendimento mensal com a fatura energética e, mesmo assim, quase um quarto da população não consegue aquecer as casas e 24,4% vivem em edifícios com infiltrações de água ou humidade. Estes são números avançados pelo “Jornal de Notícias”, que refere que, tendo em conta esta realidade, entrou em consulta pública o programa dos “vouchers eficiência”, que se traduz na disponibilização de 130 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência para melhorar a eficiência energética das habitações.
Este montante vai permitir que cada família receba, em média, um vale de 1.300€, avança o mesmo jornal.
Os vouchers vão ser atribuídos a 100 mil famílias com carências económicas. O dinheiro vai ser investido na aquisição de fogões elétricos, aquecedores, equipamentos para arrefecer a casa ou na instalação de painéis solares. Podem ainda ser usados para cobrir custos de obras que sirvam para aquecer as casa, como troca de portas, de janelas ou do revestimento de paredes exteriores e de coberturas.
Esta é a resposta possível a uma realidade que piorou com o confinamento. Foram muitos meses em casa, com Portugal a manter o quarto lugar entre os países da Europa cuja população não tem capacidade financeira para aquecer eficientemente a sua habitação.