A iniciativa “Big River Watch” pede à comunidade que partilhe informações sobre a saúde dos rios numa aplicação gratuita, ajudando assim a identificar e localizar problemas.
A organização Rivers Trust acaba de lançar o Big River Watch da primavera, uma iniciativa que convida todos os cidadãos do Reino Unido e da Irlanda a registarem as suas observações dos seus rios locais numa aplicação gratuita. O objetivo é monitorizar a poluição dos cursos de água e construir um conjunto de dados nacionais, que ajudará a avaliar a dimensão da crise dos esgotos e a construir uma imagem da saúde dos rios.
A aplicação contém um inquérito simples com perguntas relacionadas com aquilo que se vê — desde a vida selvagem e as plantas até à velocidade do fluxo da água e a existência de poluição. A aplicação disponibiliza guias de identificação para poluição e vida selvagem de forma a facilitar o preenchimento do inquérito.
Para participar não é necessário ter experiência ou conhecimentos sobre a saúde dos rios ou o ambiente fluvial: basta ter acesso a um rio, escolher um local ribeirinho, observar o rio durante 15 minutos e responder às perguntas do inquérito.
“Os nossos rios estão longe de ser saudáveis. Estão poluídos com esgotos, plásticos, químicos e nutrientes, e apenas 15% dos troços de rios em Inglaterra estão em bom estado geral de saúde (…). Em todo o Reino Unido e na Irlanda, os nossos ecossistemas vitais de água doce não estão a passar nos testes de saúde. Para alterar esta situação, precisamos de saber onde é que os nossos rios estão a ter problemas e quais são os problemas mais prevalecentes”, lê-se no site da iniciativa.
Os resultados recolhidos serão analisados por especialistas da organização e disponibilizados através de um painel de controlo interativo, para que possam ser utilizados por outras organizações ambientais, jornalistas ou grupos comunitários para ajudar na luta por rios mais saudáveis e selvagens.
Os dados ajudarão a tomar medidas para melhorar os rios, ajudando a inverter a poluição dos plásticos ou a conter o fluxo de esgotos não tratados. Também ajudarão a identificar os melhores locais para a limpeza dos rios e a recolha de lixo, a criação de zonas húmidas ou a instalação de barragens com fugas que abrandam o caudal, aumentam a biodiversidade e reduzem o risco de inundações, por exemplo.
“Além de aprender onde a poluição e a vida selvagem são detetadas, também queremos saber como passar o tempo perto dos rios afeta o bem-estar das pessoas”, refere Tessa Wardley, diretora de comunicação e sensibilização do Rivers Trust, em declarações ao The Guardian.
No Reino Unido e na Irlanda, o sistema de esgotos permite que os resíduos humanos não tratados se misturem com a água da chuva e as águas residuais domésticas, sobrecarregando as condutas. Esta mistura tóxica de águas residuais e produtos químicos é então drenada para os cursos de água para evitar que se acumule nas casas.
Segundo números da indústria da água, o sistema está a falhar devido à falta de investimento em condutas e esgotos, ao aumento da população e às chuvas cada vez mais fortes, potenciadas pelas alterações climáticas.
A primeira semana Big River Watch, realizada em setembro do ano passado, contou com mais de 5000 participantes, sendo que quase 60% eram novos na ciência cidadã.
A aplicação e o inquérito estão abertos durante todo o ano. A Rivers Trust espera que este seja o maior inquérito de sempre do Reino Unido e da Irlanda sobre a saúde dos rios.
Podia ter entrado em Meteorologia e Oceanografia, mas acabou por estudar Comunicação. E ainda bem, porque se não acertam nas previsões, não era ela que iria mudar isso. Começou por procurar ideias e projetos sustentáveis para a universidade e desde aí, nunca mais parou (quem é que para realmente?). Adora ver séries, mas vê poucas porque é uma pessoa difícil. Já para abraçar novos hábitos e desafios mais “verdes”, não precisa de muito para a convencer.
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