Manifesto pede alargamento da venda a granel à maioria dos produtos em 2025
O manifesto pede a venda a granel em lojas com mais de 1.000 m2 e o alargamento deste método de comercialização a mais produto já
Começou por ser um dia e agora a festa dos descontos chega a durar um mês. Este consumo desenfreado tem um impacto negativo e há formas de ultrapassar este período de uma forma mais consciente. Dizemos-te como.
Popularizada nos Estados Unidos no final da década de 1980, a Black Friday é celebrada na quarta sexta-feira do mês de novembro, depois do thanksgiving norte-americano. Este dia marcava a tradição de fazer as compras de Natal logo depois do feriado, mas rapidamente se transformou num dia de consumo excessivo e global.
Ao longo dos anos, os vendedores começaram a aplicar descontos e ofertas especiais nos seus produtos o que, à medida que outros países adotavam esta tradição norte-americana, encorajou o consumo e uma corrida desenfreada às lojas.
O que originalmente correspondia a um dia, depressa se estendeu por dias ou até semanas. Há até campanhas mensais, nas quais todo o mês de novembro é de descontos especiais. E o que poderia ser visto como um momento de poupança, depressa acaba numa pegada gigante para o planeta, tendo em conta todo o impacto do consumo e respetivo desperdício. É que os estudos sobre o consumo na Black Friday indicam que até 80% dos produtos — incluindo os plásticos utilizados para os empacotar — acabam em aterros sanitários, são destruídos por incineração ou mal reciclados.
Um relatório britânico de 2020 estimou que as entregas ao domicílio nesse ano produziriam 429 mil toneladas de emissões de gases de efeitos de estufa — o equivalente a 435 voos entre Londres e Nova Iorque que, por sua vez, representa o mesmo peso de 62 308 mil elefantes. Os produtos comprados na Black Friday são utilizados uma vez ou não utilizados de todo, são compras que respondem a uma necessidade fugaz o que, para além de contribuir para as emissões de CO2, aumenta a quantidade de resíduos no planeta.
Pela primeira vez desde a sua grande propagação, os números de compras em 2021 diminuíram. Esta redução tem múltiplas explicações, como o facto de já não ser um evento isolado estendendo-se por semanas, o que acaba por perder aquela sensação de urgência nas compras. O efeito-pandemia também contribuiu para esta diminuição, com mais pessoas a comprar online com menos descontos disponíveis e mais atentas aos descontos falsos. Sim, existem marcas a aumentar os preços nos dias antes, para dar ao consumidor um falso desconto.
A crise financeira atual também inibe as pessoas de comprar e, ainda, a tendência consumista parece estar a diminuir entre a Geração Z, por oposição aos Baby Boomers.
Ainda assim, não é fácil resistir à Black Friday. De acordo com um relatório de análise ao consumo, cinco dos dias de compras mais movimentados do ano ocorrem entre 21 e 26 de novembro.
Como forma de combater o impacto expressivo que a Black Friday deixa no planeta, bem como de tentar contornar os impulsos à compra, a Associação ZERO deixa seis apelos para vivermos a Black Friday de uma forma saudável:
1) refletir antes de comprar;
2) optar por produtos em segunda mão;
3) procurar artigos com certificação de sustentabilidade;
4) preferir produtos locais e menos complexos;
5) oferecer experiências em alternativa a materiais;
6) optar por reparar os equipamentos eletrónicos.
Antes de tudo o resto, é pensar: Precisamos mesmo daquele artigo? Quantas vezes vamos utilizá-lo? Se no fim desta reflexão, a compra for necessária, o ideal é optar por marcas mais sustentáveis, que produzam localmente e de forma sustentável. No fundo, a regra poderá resumir-se a isto: número de utilizações que iremos dar, complementado com a esperança média de vida do artigo.
A Black Friday chega dia 26 de novembro, mas depois deste texto estamos mais do que preparados para lhe fazer frente — ou ir na onda com ela, mas de forma mais consciente.
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A Fashion Revolution Week arranca para dias que se enchem de talks, palestras, mercados de trocas e muitas ideias trocadas sobre a indústria da moda.
Mercados, lojas de produtos em segunda mão, mercearias a granel, startups de inovação social. Os projetos que nascem com foco na sustentabilidade ambiental e social
Este artigo promove uma ação que incentiva à diminuição de geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização.
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