Algarve é a região portuguesa mais crítica face à crise climática
Uma investigação da agência espacial norte-americana NASA aponta a região do Algarve como a mais crítica face às alterações climáticas em Portugal. Uma análise de
Desde a realização de maratonas à noite até à mudança de eventos para estações diferentes, “adaptar” tornou-se a palavra-chave para as organizações desportivas que procuram enfrentar as alterações climáticas.
À medida que as alterações climáticas levam a um aumento das temperaturas médias e tornam os fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos, a probabilidade destes acontecimentos se sobreporem a eventos desportivos em todo o mundo — e de os perturbarem significativamente — é cada vez maior.
Segundo o Fórum Económico Mundial (FEM), o impacto das alterações climáticas está a obrigar-nos a adaptar a forma como assistimos, jogamos e consumimos os eventos desportivos mundiais, ao mesmo tempo que afeta a vida e saúde humanas.
“O futuro dos eventos desportivos está ameaçado pelas alterações climáticas. As medidas de adaptação são cada vez mais vitais para proteger os atletas, os adeptos e o próprio desporto, à medida que os fenómenos meteorológicos extremos se tornam cada vez mais comuns. Muitos já estão a adaptar-se a um novo normal para preservar o seu desporto e o que ele significa para a comunidade e o espírito desportivo para as gerações de adeptos vindouras”, lê-se no Forum Agenda do FEM.
Até 2050, estima-se que as alterações climáticas causarão 14,5 milhões de mortes e 12,5 biliões de dólares em perdas económicas, de acordo com o relatório do Fórum Económico Mundial “Quantifying the Impact of Climate Change on Human Health”.
Desde a última vez que Paris acolheu os Jogos Olímpicos, há 100 anos, a cidade aqueceu 3,1 °C durante o período do evento, entre julho e agosto. Consequentemente, os comités organizadores e os próprios atletas tiveram de adaptar-se à realidade do calor extremo, através de estratégias como:
Em condições meteorológicas extremas, os desportos radicais exercem uma grande pressão sobre o corpo humano para que se mantenha regulado. Como resultado, muitos ciclistas acabam por sofrer de doenças relacionadas ao calor.
Este ano, nos dias mais quentes da Volta a França masculina, as temperaturas chegaram perto dos 40 ºC, o que levou os organizadores a tomar medidas como pulverizar água sobre as superfícies derretidas das estradas — cujo asfalto atingiu até 140 °C em julho passado — e introduzir zonas de alimentação extra.
Face a estas condições, a Union Cycliste Internationale já criou “um protocolo de condições climatéricas extremas para orientar os organizadores das corridas na resposta a estes fenómenos climatéricos intensos. À medida que as temperaturas continuam a subir, será necessário efetuar mudanças estruturais maiores — como mudar a corrida de julho — para garantir a segurança dos ciclistas e o futuro do evento”, descreve o FEM.
Mais calor significa menos neve, o que põe em causa o funcionamento das estâncias de esqui e, consequentemente, a economia das cidades que dependem deste turismo. Um estudo recente concluiu que, em 2100, uma em cada oito estâncias de esqui poderá não ter neve. No entanto, as consequências já estão a fazer-se sentir.
Os Alpes, por exemplo, registaram temperaturas recorde durante o Natal e o Ano Novo, atingindo 20,9 °C no noroeste da Suíça, o que levou várias estâncias de esqui a encerrar.
Nestas regiões, o setor do turismo esforça-se por se adaptar às crescentes ameaças climáticas, investindo em trilhos para bicicletas, vias de escalada, percursos pedestres e neve artificial.
As maratonas e corridas de longa distância estão a ser adiadas, canceladas ou realizadas à meia-noite para evitar os riscos para a vida humana.
Um exemplo disso ocorreu na maratona feminina dos Campeonatos Mundiais de Atletismo de 2019, no Qatar. Para evitar o calor diurno de Doha, a prova foi realizada às 23h59, mas isso não impediu que 28 das 68 atletas não conseguissem terminar devido às temperaturas noturnas (acima de 32 °C) e à humidade elevada (superior a 70%).
Além do calor extremo, estes eventos veem-se a braços com fenómenos extremos. A série de treinos da Maratona de Nova Iorque 18M foi cancelada em setembro de 2023 devido a graves inundações.
Um estudo recente concluiu que as alterações climáticas poderão causar um declínio de até 27% no número de cidades viáveis a nível global para acolher a maratona olímpica até ao final do século. Por conseguinte, os investigadores sugerem que a maratona seja realizada em outubro (e não em agosto) em várias cidades do país, de forma a proteger a diversidade regional dos Jogos Olímpicos e a saúde de todos.
Em junho do ano passado, o fumo dos incêndios florestais do Canadá atingiu as principais cidades dos EUA, deixando cerca de 75 milhões de pessoas sob alerta de qualidade do ar. A intensidade do fumo levou a Major League Baseball, a Women’s National Basketball Association e a National Women’s Soccer League a cancelar jogos.
Segundo um relatório do FEM, o maior número de incêndios florestais aumenta os níveis de poluição e, consequentemente, agrava as doenças respiratórias e cardiovasculares, podendo provocar 9 milhões de mortes prematuras por ano até 2060.
Além disso, os investigadores descobriram que as alterações climáticas provocaram mais de 500 home runs desde 2010, uma vez que o aumento da temperatura do ar reduziu a resistência do ar à passagem da bola. Isto representa uma média de mais 58 home runs por época devido ao aquecimento provocado pelo clima.
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Este artigo aborda uma ação que promove a adoção de medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. O ODS 13 também pretende melhorar a educação sobre mitigação das mudanças climáticas e redução de impacto.
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