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Em 2016, um grupo de ambientalistas juntou-se para restaurar a Ilha Redonda e eliminar as espécies invasoras.
Num período de apenas dois anos, Redonda, uma pequena ilha das Caraíbas, passou de uma paisagem rochosa estéril a um refúgio para a vida selvagem. Esta recuperação deve-se ao esforço de ambientalistas locais e a área recebeu este mês o estatuto de área protegida.
A vegetação desta ilha, pertencente a Antígua e Barbuda, foi devastada por ratos pretos invasores, que se alimentavam de répteis e comiam os ovos das aves, e cabras selvagens, introduzidas pelos primeiros colonizadores. Sem a vegetação, a massa terrestre começou a desmoronar-se, com as rochas e o solo a deslizarem para o mar e a sufocarem o ecossistema marinho.
Em 2016, surgiu um projeto destinado a realojar as cabras e erradicar os ratos, revitalizando a vegetação e aumentando o número de espécies nativas. O trabalho foi levado a cabo por uma organização não governamental (ONG) local, o Grupo de Sensibilização Ambiental (Environmental Awareness Group – EAG), em parceria com o governo e parceiros estrangeiros, incluindo a ONG Fauna and Flora International (FFI).
A ilha foi oficialmente declarada livre de ratos em 2018 e tem mantido esse estatuto desde então. Atualmente, Redonda está repleta de biodiversidade, incluindo dezenas de espécies ameaçadas, colónias de aves marinhas de importância mundial (15 espécies de aves terrestres regressaram à ilha) e lagartos endémicos (como o dragão terrestre de Redonda, espécie criticamente ameaçada).
“Até à data, não plantámos nada, não reintroduzimos nenhuma espécie. Apenas removemos os ratos e as cabras e a ilha transformou-se mesmo à frente dos nossos olhos”, descreve Johnella Bradshaw, coordenadora do EAG, à CNN.
O grupo ambiental está agora a estudar a viabilidade de reintroduzir espécies encontradas na ilha Redonda há muitos anos, como a coruja-das-torres e iguanas, e a criar um sistema de vigilância que garanta que a ilha se mantém livre de criaturas invasoras. Este sistema inclui câmaras para detetar ratos errantes e monitorizar as atividades de pesca locais, que têm de seguir diretrizes rigorosas.
Embora a prática de pesca sustentável seja autorizada na região, será estabelecida uma “zona de reabastecimento” ao redor da ilha, atuando como tampão, onde não poderão entrar embarcações não autorizadas. Os barcos e pessoas que se aproximarem vão ser controladas, de forma a garantir a ausência de ratos a bordo e a prevenção do transporte acidental de sementes invasoras na sua roupa ou sacos.
Além disso, a Força de Defesa de Antígua e Barbuda colaborará na vigilância da área. Há ainda planos de aquisição de barcos específicos com uma equipa de patrulha a tempo inteiro, assim que o governo receba fundos suficientes, explica Nneka Nicholas, consultora jurídica do Departamento do Ambiente, à CNN.
Apesar da erradicação de espécies invasoras ser uma das ferramentas mais eficazes para inverter a perda de biodiversidade, o processo de eliminação nem sempre é fácil. Segundo Bradshaw, uma equipa trabalhou para reunir as cabras à mão, sendo depois transportadas por via aérea para o continente para serem recolocadas. Depois disso, outra equipa acampou na ilha durante dois meses, administrando iscos para os ratos e monitorizando as suas populações à medida que diminuíam lentamente.
“Antes da erradicação, só havia uma árvore em Redonda e uma ave terrestre residente na ilha”, recorda Bradshaw. Apesar do ecossistema estar a funcionar, a coordenadora do EAG não deixa de referir que a ilha “ainda está a dar os primeiros passos na recuperação” e “basta um rato para destruir todo esse trabalho”.
As ilhas das Caraíbas enfrentam as taxas de extinção mais elevadas da história moderna, por isso a recuperação e a proteção de áreas como Redonda são “fundamentais”, diz Jenny Daltry, da FFI.
Em outubro, a ilha foi oficialmente designada como área protegida pelo governo do país, garantindo que o seu estatuto de local de nidificação fundamental para as aves migratórias e de habitat de espécies únicas seja preservado para a posteridade.
A Reserva do Ecossistema de Redonda tem 30 000 hectares e inclui pradarias marinhas e um recife de coral. A sua dimensão significa que o país já cumpriu a meta “30×30”, o objetivo global de proteger 30% do planeta até 2030.
“Esta é a maior área marinha protegida das Caraíbas Orientais e mostra o trabalho espantoso que os conservacionistas e ambientalistas podem fazer aqui mesmo”, afirma a diretora executiva do EAG, Arica Hillà, em declarações à BBC. “O que é ainda mais significativo é o facto de o governo ter confiado em nós para a gerirmos legalmente”.
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Este artigo aborda uma ação que promove a adoção de medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. O ODS 13 também pretende melhorar a educação sobre mitigação das mudanças climáticas e redução de impacto.
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